Um papo com a cantora do Sofi Tukker, que morou no Rio e sente ‘saudade’

Posted by Chris Fuscaldo Category: Entrevistas

Conheci Sophie Hawley-Weid no segundo semestre de 2012, em uma universidade do Rio. Ambas acompanhávamos um curso da pós-graduação sobre literatura e música. Eu me preparava para uma seleção de mestrado e ela fazia um intercâmbio na graduação, mas acabou convidada pelo professor para extravasar sua paixão por música nessas aulas. No primeiro ou segundo encontro, começamos a conversar, no intervalo, sobre… música. Descobri que ela morava em Santa Teresa e ofereci carona até uma das ladeiras, já que eu morava na rua debaixo. E várias vezes voltamos juntas para casa conversando sobre… música. Sophie estava tão apaixonada pela língua portuguesa e pela música brasileira que pensava em não voltar mais para os Estados Unidos. Conversamos sobre isso e eu contei a ela das dificuldades que artistas brasileiros passavam para se estabelecer e viver de seu ofício. Sophie voltou para terminar sua graduação e ficamos mantendo contato.

Dois anos depois, veio um e-mail mais do que especial: Sophie me escreveu apresentando o primeiro clipe de uma música cantada em português e gravada com seu novo parceiro, Tucker HalpernDrinkee rapidamente atingiu patamares de visualização pouco alcançados por grandes nomes do mercado brasileiro. E o duo Sofi Tukker entrou de vez para o mundo dos shows, festivais, turnês, clipes, redes sociais e dos corações dos apaixonados por novidades. Inclusive o meu. Se eu já tinha certeza do talento de Sophie quando começamos a ter os primeiros papos sobre música, foi domingo (25/03), no festival Lollapalooza, em São Paulo, que tive certeza de que essa menina vai longe. E seu amigo, Tucker, vai junto. O show do Sofi Tukker estava lotado, mesmo tendo começado cedo, 13h20, e sendo um dos primeiros do palco Ônix no terceiro dia de festival, quando todo mundo já está cansado. O Sol bateu forte na pele da galera, que ignorou o calor e cantou junto com a dupla do início ao fim. Fiquei orgulhosa! E, depois, pedi a Sophie para responder a algumas perguntinhas sobre a experiência de voltar ao país que tanto ama como atração de um festival como o Lollapalooza.

 

 

 

 

 

 

 

Vocês Pareciam muito felizes no palco Ônix do Lollapalooza. Vocês estavam felizes porque estavam no palco, no palco do Lolla ou em um palco brasileiro?

Ficamos muito felizes em todos os palcos. Amamos o que fazemos! Talvez estivéssemos excepcionalmente felizes no Brasil porque o país é fonte de inspiração pra gente. E talvez ainda mais no Lollapalooza porque é uma honra tocar entre tantas lendas da música.

No Instagram, vocês postaram: ‘Significa o mundo para nós, São Paulo’. Fale mais disso!

O fato de tantas pessoas aparecerem e dançarem e realmente se conectarem conosco mexeu com nossa mente! Somos especialmente gratos pelo modo como os brasileiros nos abraçaram e nos encorajaram, cantando em sua bela língua!

Eu, particularmente, tenho curiosidade em saber como você se adaptou novamente à vida e ao mercado da música nos Estados Unidos quando deixou o Brasil. 

Foi uma transição estranha. Eu definitivamente senti saudade (essa palavra, ela escreveu em português). Foi difícil não comparar todas as festas com as festas brasileiras durante um tempo! E talvez tenha sido por isso que comecei a escrever minhas primeiras músicas em português. Foi uma maneira de me conectar com meu amor pelo Brasil, mesmo quando eu não estava mais morando lá.

E, particularmente, eu gostaria de saber como você adaptou a música brasileira pela qual você estava apaixonada durante sua estada no Rio de Janeiro ao som incrível que vocês dois estão produzindo.

Meu amor pela música brasileira estava tão vivo que, quando eu conheci Tucker, nós misturamos nossas duas paixões e o som que saiu foi apenas a mistura de nossos dois cérebros e influências musicais.

Do que você mais sente falta do Brasil?

De falar a língua o tempo todo, das pessoas, do calor das pessoas, da beleza natural, da forma como as pessoas interagem com a música, do forró e, depois, claro, do açaí e das frutas frescas … E de algumas coisas mais…

O que vocês esperavam do Lollapalooza e o que encontraram no festival?

Não tínhamos ideia do que esperar e adoramos tanto! Tocamos em uma localização incrível. Poder ver os outros palcos de cima foi muito legal. Nós amamos dividir o festival com tantas lendas e, claro, o melhor de tudo – a energia de todas as pessoas estava INSANA!

Você pode me contar o que Tucker achou do show e do público de São Paulo?

Ele disse que foi seu show favorito de todos os tempos. E ele não está falando isso à toa… 😉

One thought on “Um papo com a cantora do Sofi Tukker, que morou no Rio e sente ‘saudade’

  1. Conheci Sofi Tukker durante mais uma de minha pesquisas por músicas diferentes de qualquer canto do mundo (das músicas mais sutis até as mais pesadas) e me chamou a atenção algumas cantadas em Português, bem como a performance de palco e a simplicidade de suas canções.
    Fico sempre muito feliz quando conheço algum artista estrangeiro apaixonado pelo nosso maravilhoso Brasil.
    Sofi Tukker, com certeza, também me inspiram para compor músicas.
    Chris, gostei muito do conteúdo. Obrigado!

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