Ele nasceu em Garanhuns, terra do mestre Dominguinhos, com quem dividiu o palco ainda garoto. Hoje, aos 26 anos, já é um dos principais nomes da nova geração de músicos pernambucanos. A comprovação veio com a indicação ao 28º Prêmio da Música Brasileira, na categoria Canção Popular, como melhor cantor.
“Acho que é isso que todo artista almeja, fazer música para as pessoas ouvirem. Estar indicado já me deixa orgulhoso, ainda mais nessa categoria”, festeja Romero Ferro, que faz parte da cena pop/rock do Recife, uma das mais ricas da MPB. Foi pelo seu primeiro disco, Arsênico, que ele recebeu a indicação.
Conterrâneos de Romero, nomes como Lenine e Zé Manoel também estão concorrendo ao PMB. “O Prêmio sempre teve um olhar atento para o que produzimos em Pernambuco. Não só em relação a artistas consagrados, como Alceu Valença e o próprio Lenine, mas também a quem está chegando. Em 2012, por exemplo, um dos vencedores foi Herbert Lucena, que é um artista incrível de Caruaru”, aponta o cantor, que teve seu álbum produzido por Diego Strausz, o mesmo que assinou trabalhos de Alice Caymmi e Chay Suede.
A indicação levou Romero Ferro a participar de programas nacionais, como o “Encontro com Fátima Bernardes” e “Sem Censura”. Também gravou um vídeo com Leda Nagle para o canal que a veterana jornalista mantém no YouTube. “Pesquiso muito as entrevistas que Leda fez com os principais músicos brasileiros. De Elizeth Cardoso a Zeca Pagodinho, de Elis Regina a Roberto Carlos, ela conversou com todo mundo que importa na MPB. Fiquei honrado com o convite dela para gravar o vídeo”, afirma Romero.
O disco do cantor é totalmente autoral e está à venda em lojas físicas e nas plataformas digitais. Uma das músicas, O Medo em Movimento, rendeu um elogiado clipe, que acabou sendo censurado pelo Facebook por conta de uma rápida cena de nudez. “É incrível como as pessoas ainda têm esse tipo de reação. Alguém denunciou o clipe como se ele tivesse uma conotação pornô. E a nudez, ali, tem outra função”, comenta.
Outra música do repertório, intitulada Só, já ganhou a interpretação de ninguém menos que Flávio Venturini. “Ele me convidou para cantar com ele em uma turnê por algumas capitais nordestinas. Só isso já me deixou feliz. Quando eu soube que ele cantaria uma música minha, pirei. Foi muito especial”, conta.
Já a faixa No Mesmo Teto fará parte da trilha sonora do curta “Eu Nunca”. O trabalho é dirigido por Lauro Ribeiro e está em fase finalização, com estreia prevista para este segundo semestre em festivais de cinema. O curta tem a temática do bullying no esporte, entre a classe LGBT, e foi rodado na cidade do Recife. “Acho que esse disco ainda tem muito fôlego. A indicação ao Prêmio só reforçou isso”, comemora Romero.