Em uma semana em que a Renato Russo voltou a ser o centro de uma polêmica (saiba mais), destaco um trecho retirado da introdução do livro Discobiografia Legionária:
Quando decidiu montar uma nova banda, Renato Russo já trazia na bagagem a experiência de liderar um trio de punk rock e o trauma de subir ao palco acompanhado apenas do próprio violão. Como vocalista e baixista, esteve à frente do Aborto Elétrico entre 1978 e 1982, que tinha Fê Lemos como baterista e André Pretorius na guitarra. Flávio Lemos foi a tábua de salvação de Renato, que não precisou mais tocar baixo após a chegada do irmão de Fê. Passou também pela banda o guitarrista Ico Ouro Preto. Sozinho, durou pouco: o Trovador Solitário abriu alguns shows em Brasília, foi a única atração da noite em algumas casas e compôs bastante. Cansado de não se identificar com os projetos nos quais se metia, acabou decidindo partir para um novo tipo de trabalho… Coletivo.
O carioca Renato Manfredini Júnior, nascido a 27 de março de 1960, mudou-se com os pais e a irmã para Brasília em 1973. Antes, morou em Nova York entre 1967 e 1969. Mas seu porto seguro era o Rio de Janeiro, onde ficava o resto da família e onde ele passou parte da infância. Dava aulas de inglês, trabalhava como jornalista, cantava, compunha… Violão e baixo, tocava somente para se acompanhar. Renato adotou o sobrenome Russo em homenagem ao iluminista suíço Jean-Jacques Rousseau, ao filósofo inglês Bertrand Russell e ao pintor francêsHenri Rousseau. À frente da Legião Urbana, mostrou do que uma autêntica banda brasileira de rock é capaz. Com Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos, Renato Russo foi o responsável por mudar a história da música brasileira. Ícone do rock nos anos 80, foi engolido pelos próprios sonhos. Sua morte se deu em 11 de outubro de 1996, encerrando também a parte mais bonita da história da banda.