Ana Maria Bahiana lança ‘Almanaque 1964’: muito prazer!

Vivi, na última quinta-feira, uma emoção. Faz 15 anos que comecei a escrever sobre música e só no último 3 de abril tive a oportunidade de conhecer pessoalmente uma das pessoas nas quais me inspirei quando escolhi essa carreira. Faço questão de frisar que foram, na verdade, quatro (três são do meio e uma, não). Claro que admirei muitas, mas Ana Maria Bahiana, Jamari França e Luiz Antonio Mello eram os jornalistas culturais, ou melhor, de música que me ensinavam e Cornélio Melo, o músico que me influenciava. Eles acabaram me levando à certeza de que queria seguir seus passos.

Eu, Ana Maria Bahiana e Cornélio Melo no lançamento do Amanaque 1964

Eu, Ana Maria Bahiana e Cornélio Melo no lançamento do Amanaque 1964

Não só aprendi muito com eles durante meus estudos e a preparação para encarar o mercado, como acabei me aproximando (sem querer, eu juro) e sugando o melhor que pude de cada um. Só faltava ela, a musa que entrevistei algumas vezes por e-mail e/ou telefone e com quem, hoje, me comunico via Facebook. O encontro foi na livraria da Travessa (Leblon), onde ela lançou o “Almanaque 1964 – Fatos, histórias e curiosidades de um ano que mudou tudo (e nem sempre para melhor)”.

Ana Maria é mulher, claro. Mas o que a difere das outras mulheres de seu tempo é o fato de ela escrever sobre música. Ou melhor, de ela entender muito e escrever bem sobre música. Eu lia as revistas antigas da coleção do meu pai – na década de 70 eu nem havia nascido e ela já era fera – e lá estava Ana Maria em meio a tantos homens, escrevendo melhor que muitos deles. Bonita, inteligente, na época bem casada aos olhos dos leitores (com o jornalista José Emílio Rondeau) e roqueira. O que mais eu queria ser da vida? Quando comecei a escrever na revistinha niteroiense O Cais e logo ganhei uma coluna em um site de Niterói chamado Itacoatiara.com, tudo isso em 1999, logo meus amigos roqueiros passaram a dizer que eu ia ser a Ana Maria Bahiana do século XXI.

Rock a História e a Glória

Rock a História e a Glória

Não chego aos pés do que ela foi, ainda mais num mercado em que, com tanto espaço disponível para qualquer um escrever, o jornalista de música perdeu tanto a força. Isso não me incomoda, porque hoje desfruto (e muito) dessas mil possibilidades que temos para trabalhar. Me tornei o que queria quando me inspirei nessa turma da pesada: uma profissional bem sucedida, no sentido de que consigo viver do jornalismo musical. E sempre tive orgulho de ser tiete de gente bacana! Na última semana, consegui o que faltava pra minha coleção, que além das revistas, tem uma série de fotos: uma com Ana Maria Bahiana. O mais legal é que a conheci e fui fotografada junto a Cornélio Melo, meu pai, o dono da coleção de Rock, a História e a Glória, Bizz, Rolling Stone, Pipoca Moderna etc.

Pipoca Moderna

Pipoca Moderna

Sobre o “Almanaque 1964”, esse é só mais um dos livros legais que a jornalista lança. Depois de “Almanaque anos 70”, entre outros, ela experimenta agora levar o que conseguiu resgatar e reunir sobre o momento, tanto a quem viveu no ano do Golpe de Estado quanto aos interessados em um pouco de história: ditadura militar, guerra do Vietnã, Nara Leão, Chico Buarque, Bob Dylan, Beatles, Stones, Glauber Rocha, os filmes de 007 e o frescobol de Ipanema são alguns dos assuntos do livro lançado pela Companhia das Letras.

Em tempo, para os jovens que estão começando e querendo trilhar esse caminho, sugiro procurarem saber mais sobre Ana Maria Bahiana e também sobre os outros. Uma palhinha:

Almanaque 1964, de Ana Maria Bahiana

Almanaque 1964, de Ana Maria Bahiana

Luiz Antonio Mello foi diretor da Fluminense FM nos anos 1980 e transformou-a em uma rádio rock. Com o slogan “Maldita”, a emissora ajudou a alçar à fama Paralamas do Sucesso, Titãs e Legião Urbana. Trabalhei em rádio porque queria fazer algo parecido com o que ele fez, mas numa época em que a rádio estava em franca decadência. Consegui trazê-lo para colaborar com o GarotaFM.

Jamari França foi repórter e crítico de música por mais de 30 anos, sendo que no Jornal do Brasil ficou de 1979 até 2001. Hoje, ele mantém um blog ativo no site do jornal O Globo, cujo nome, Jam Sessions, eu que dei na época em que trabalhávamos juntos, lá. Quando estagiária, fui sua pupila no GloboNews.com e, com o fim do site, migramos juntos para O Globo Online.

Cornélio Melo é engenheiro e arquiteto de formação e músico nas horas vagas. Toca desde a década de 1960 e sempre gostou de escrever sobre bandas que admira. Em casa, me ensinou muito sobre tocar música, assistir e apreciar documentários de música e escrever textos de música. Coincidência ou não, antes de saber que Ana Maria estaria lançando o Almanaque 1964, escreveu um texto sobre o ano fatídico para  GarotaFM.

2 thoughts on “Ana Maria Bahiana lança ‘Almanaque 1964’: muito prazer!

  1. Boa Christina Fuscaldo, adoro esse espaço é muito legal…Tudo que você escreveu eu vivi um pouco e a Maldita…Que rádio!!!!! Saudade!!!!

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