‘Vira-Lata’: Em novo disco, Fiuk convida Malu Gavassi, Fábio Júnior e outros

* Release encomendado pela Warner Music.

Em seu primeiro disco solo, lançado após sua consagração como ator no papel de Bernardo na décima temporada de “Malhação”, Fiuk ainda sentia certa necessidade de provar que seu  talento independe de suas origens (e isso ficou mais forte principalmente nas letras que compôs para Sou Eu).  Em seu novo álbum, Vira Lata, ele reafirma cheio de segurança a sua capacidade de brincar com estilos e com parceiros, mantendo a sua personalidade e a sua verdade musical. Com 13 faixas que passeiam pelo samba, rap, rock, pop e funk, o segundo álbum pela Warner Music do músico, ator e apresentador  do programa Coletivation da MTV  traz participações de expoentes de diferentes cenas, todas elas especialíssimas: Sapão vem do funk, Thiaguinho representa o samba, Manu Gavassi é pop, Rappin’ Hood levanta a bandeira do rap e o pai Fábio Júnior. exala romantismo. Todos entraram na vibe de Fiuk.

“Meu primeiro CD foi calmo, só com guitarra, baixo, bateria e letra. Eu tinha saído da banda Hori e queria mostrar a minha essência. Em Vira Lata, não tive medo de arriscar. Sou um eclético chato, gosto de coisas específicas de cada estilo “, explica.

Mais madura após dar vida ao Agenor da novela Aquele Beijo (2012) e de rodar o longa-metragem Julio Sumiu, previsto para 2014, a faceta compositor de Fiuk aparece em 8 canções, sendo 6 parcerias. Primeira faixa do álbum, Agora Você Quer foi escrita com Bruno Casagrande, guitarrista da sua banda, e já abre os trabalhos mostrando que, agora, vai ser do jeito que Fiuk quer: “Desdenhou e me deixou. E agora você quer, quer, quer…Vai ser do meu jeito!” Assinada só por Fiuk e também permeada por efeitos eletrônicos, a dançante Não Falo Nada (“Não consigo, não, parar de imaginar eu e você…”) é uma declaração de paixão.

Produtor ao lado de Mãozinha, Umberto Tavares assina cinco composições. Toma Toma começa com violão e ganha batidas de funk que fazem qualquer um querer se mexer. Fiuk e Sapão dividem os vocais. No clipe, eles aparecem como dois “gangstas” que aproveitam, em um cabaré, o show de pole dance de duas mulheres exuberantes. “Não sou funkeiro, mas curto algumas coisas do estilo. Essa música ficou bem vira-lata, com uma batida meio samba rock, e o clipe foi só zueira”, diz Fiuk.

Outra de Umberto, essa com Jefferson Junior e Fiuk,Escuta Essa também agita e é mais uma em que o músico dá o fora na gata: “Escuta essa! Para com essa marra, aumenta o som que eu tô falando com você”, canta ele. O rock mais pesado vem na faixa Nocaute, uma versão para a música Best Night Out assinada por Umberto, Jefferson e Edu Cruz.

A parceria com Rodriguinho e Thiaguinho  (ex-vocalistas do Exaltasamba e do Travessos) foi tão bem-sucedida no álbum de estreia de Fiuk que ele repetiu a dose. E, além de gravar uma composição da dupla, Eu Não Sou Normal, trouxe Thiaguinho para cantar com ele esse pop bem brasileiro (e safadinho), que diz: “Você sentiu minha pressão, pensei que não iria aguentar. E, no meio da confusão, pediu água”.

“Quando essa música chegou, eu ri tanto… Rimos muito no estúdio também. A letra é uma piada, uma brincadeira boa”, diverte-se.

O rap aparece com mais força na décima faixa: Rappin’ Hood e Fiuk assinam a autoria de Sou do Bem e dividem o vocal na interpretação dessa letra cheia de atitude. “Mostrei a música primeiro pro meu pai, que não aprovou. Ele disse: ‘Você é rapper agora? Quem é você pra falar de humildade?’ Comecei a colocar a faixa para amigos sem dizer que era eu e todo mundo gostou. Mostrei ao produtor Rick Bonadio, ele curtiu e sugeriu que eu chamasse o Rappin’. Logo depois, esbarrei com Rappin’ no aeroporto, na fila do check-in. Falei que tinha um rap e ele gargalhou. Fechei a cara e passei o fone. Ele disse: ‘Ih, Fiuk faz rap melhor que uns que eu conheço. Anota meu número aí, mano’. Ele topou gravar comigo e acabamos virando amigos”, conta.

Atitude é o que não falta para Fiuk, que compôs com Bruno um rock chamado Foda-se. E, acredite, é uma delícia cantá-la naqueles momentos em que dá vontade de extravasar. Apesar de ter se inspirado numa situação desagradável, o músico ficou mais leve: “Nunca tinha falado ‘foda-se’ pra ninguém até que, um dia, fui mostrar para uma namorada que ela estava errada e ela gritou um sonoro ‘foda-se’. Perguntei ‘como assim?’ e tentei conversar, mas ela repetiu isso quatro vezes. Aí eu falei ‘então foda-se também’ e incluí na letra a seguinte frase: ‘Ela foi um dos males que veio pro bem’. Aprendi que tem momentos em que é melhor apertar a tecla do que perder tempo”.

Para quem pensa que Fiuk não é mais o mesmo, ele gravou a balada Fora de Alcance. A faixa mais romântica do disco é também o primeiro single de trabalho e já tem clipe na rede. Gravado em cinco dias na Califórnia, Estados Unidos, o vídeo mostra Fiuk dirigindo, tocando e cantando pela Route 66, em Hollywood, no deserto, na praia, no Parques das Sequóias (aquele que abriga árvores gigantes) e nas ruas de Las Vegas. “Estava com o refrão na cabeça há tempos, mas não tinha programado gravar a música. Aos 47 do segundo tempo, não aguentei e pedi para incluirmos no disco. Acho que ela tem tudo a ver comigo. Sempre fui um cara simples, mas de repente me vi fora de alcance. É difícil ser simples, porque as pessoas complicam demais”, desabafa.

Entre as românticas do novo álbum, está Tá na Cara, uma parceria de Fiuk com Manu Gavassi que conta com a belíssima voz da cantora em um lindo dueto com o anfitrião. A faixa foi produzida por Rick Bonadio, que também lapidou outra canção: parceria de Fiuk com Titto Valle, Tempo é quase uma oração ao tempo gravada tendo o piano como base. “Titto é um amigo, foi meu primeiro professor de canto e a gente compõe muito juntos. A Manu eu conheci no estúdio do Rick e estávamos vivendo fases parecidas. Quando vi, tínhamos feito essa música”, conta.

Mais orgulhoso do que nunca em relação às suas origens, Fiuk convidou novamente o paizão para participar de um disco seu. Se no primeiro Fábio Júnior. apareceu como coautor de uma faixa (Quero Sempre Mais), desta vez, em Vira Lata, criador e criatura cantam juntos: divertida, dançante e moderna, Caso Sério não deixa de ser romântica e ainda ganha versos soltos de Mas Que Nada, referenciando o mestre Jorge Ben Jor, que participou do disco anterior de Fiuk: “Meu pai tá bem vira-lata nessa música. Achei demais trazer ele para fazer uma coisa nova. Gostamos muito”.

Para fechar o repertório, Fiuk apresenta Vira Lata, a canção que dá nome ao disco. Nela, o músico não fala de raça, mas exalta as vantagens de ser eclético. Para isso, ele cita todos os convidados que participaram das gravações e mistura, na melodia e na harmonia, todos os estilos que explorou nessa produção. Se continuar virando as latas da músicas brasileiras assim, Fiuk vai longe.

Fiuk – Fora de Alcance (Clipe Oficial) from marcos salamonde on Vimeo.

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