Luiz Antonio Mello: ‘O Rock in Rio que eu vi, vivi e vejo hoje’

Posted by Luiz Antonio Mello Category: Colaborações

Na semana passada, foi publicado meu quarto artigo no UOL sobre o primeiro Rock in Rio, o de 1985*. Foi uma minissérie de quatro capítulos e, a medida em que ia revirando o que vi e vivi deste festival, desde o embrião até a demolição da primeira Cidade do Rock, é lógico que me emocionei.

Nós, todos nós, da Rádio Fluminense FM, a querida Maldita, éramos um bando de amigos, e quando Roberto Medina nos convidou, ainda em 1984, para que fôssemos consultores do line up internacional do festival, custou para acreditar. Acreditar que o festival daquele tamanho, de fato, iria acontecer, como aconteceu. Acreditar que nós estaríamos revivendo a nossa adolescência naquela quase terra do nunca musical, que reuniu bandas que amamos ao longo de muitos anos (ACD/DC, Yes, Queen, etc) e que jamais pensamos assistir ao vivo um dia.

Sim, foi o melhor Rock in Rio. Os mais radicais (um dia eu também já fui um deles) acham que o Rock in Rio 85 foi o único, que o resto amontoou barangas, sons que nada tinham a ver etc. Hoje, quando vejo na TV aquela multidão de adolescentes correndo para conseguirem um lugar melhor, é uma cena que emociona. Por que? Porque em 1985, 28 anos atrás, eu vi as mesmas cenas. Os olhos brilhando, os sorrisos, os gritos, as camisetas pretas com inscrições de bandas, alegria, felicidade.

Dois anos depois de 1985, ganhei meu sobrinho Philippe, um roqueiro de primeira, administrador de empresas e guitarrista. E, 15 anos após 1985, veio minha sobrinha, Catherine Beranger de Barcellos (na foto), filha de meu irmão querido Fernando Cesar de Farias Mello e da minha cunhada (e irmã também, por que não?) Milena Beranger de Barcellos.

Na semana passada, eu vi os olhos de Catherine brilharem, do alto de seus 13 anos, me contando que iria ao primeiro dia do Rock in Rio assistir a dois ídolos: David Guetta e Beyoncé. E quando a TV mostrou adolescentes amontoados, gargalhando há horas e mais horas numa fila que para eles não era problema algum, eu imaginei a Catherine lá. Como imaginei, caso Philippe fosse, o que ele iria achar da levada de guitarra do magistral Bruce Springsteen, que toca sexta que vem.

Claro que o Rock in Rio não é mais um festival de rock. Como o de Montreaux deixou de ser um festival de jazz. Com o tempo, comecei a ver o RIR como a “Sugar Montain” de Neil Young (vale conferir), aquela montanha de sonhos e balões coloridos que só quem tinha menos de 20 podia subir.

Se o Rock in Rio faz bem, gera alegria, emoções e felicidade, viva ele! Viva o Rock in Rio! A cesta básica de afeto, tão carente no Brasil, agradece.

*Meus artigos no UOL, pela ordem, são esses:

Rock In Rio surgiu em 1985 entre calotes, enquetes e rejeição a Dylan

RIR: Festas tinham Rod Stewart antipático e Coverdale com laringite

Rock in Rio: Em 1985, lama do festival tornou-se item de colecionador

Com sede demolida, Rock in Rio chegou perto da extinção em 1985

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