Criança Esperança: de show popularesco a espetáculo de qualidade

Posted by Chris Fuscaldo Category: Trabalhos

O Criança Esperança faz 27 anos celebrando, além dos resultados em relação às doações, as muitas modificações que foram fazendo do show um verdadeiro espetáculo. Se por muito tempo o que se via pela televisão era um programa musical popularesco em que a audiência determinava a escolha dos convidados, neste sábado (18/08) o Brasil vai poder conferir a mistura de circo com dança, artes plásticas e música que o diretor geral Ulysses Cruz conseguiu reunir no roteiro de sua quarta experiência à frente do projeto.

“O show é absurdamente diferente de todos os outros. É um show mais cinematográfico”, declarou Ulysses.

Na quinta-feira, em uma coletiva de imprensa realizada no HSBC Arena, de onde parte do evento será televisionado – a outra parte estará no Projac sob direção de Edson Erdmann – Ulysses falou sobre os elementos que ele levará ao palco e também sobre o Projeto Transmissão, que está sendo dirigido por Emerson Muzeli e consiste no planejamento da exibição feito através de um software chamado Cinema 4D.

A música em 2012

Mas esse post começou a ser escrito porque, além de impressionada com todo o esforço que está sendo feito para que a produção entre para a história da televisão brasileira por sua magnitude, também venho percebendo que a música está sendo tratada de forma diferente este ano no show. Nos ensaios diários que aconteceram no HSBC Arena até sexta, nomes nunca escalados como Fernanda Takai têm levado qualidade ao repertório, que foi escolhido junto ao diretor musical Victor Pozas.

“O espetáculo fala de imigração, então a gente tem as rapsódias africana, japonesa, italiana, portuguesa e uma chamada Babel, que fala de outros povos que também formaram a nação brasileira. Cada rapsódia tem cerca de seis a sete músicas. Quando pensamos em cada bloco, escolhemos os candidatos para ele”, contou Victor.

A cantora mineira, vocalista do Pato Fu, vai representar o Japão com “Made in Japan” no terceiro bloco do show. Injustiçado pela mídia do eixo Rio-São Paulo, Carlinhos Brown será o mestre de cerimônia da rapsódia africana. Além de fazer vocalizes e batucar no alto de uma estrutura na qual estarão percussionistas seus e outros artistas (entre eles, Leo Maia, filho de Tim Maia, pela primeira vez no Criança Esperança), o grande músico baiano vai interpretar o “Tastatá”, música que este ano está no anúncio do Criança Esperança. Ótima escolha! Chega de Ivete Sangalo e Claudia Leitte, né?

O bloco dedicado a Portugal terá a fadista Mariza interpretando “Meu Fado Meu” e Maria Gadú cantando “Tanto Mar”, composta por Chico Buarque em homenagem à Revolução dos Cravos, de 25 de abril de 1974. Uma beleza! Na rapsódia italiana, a cantora lírica Rosana Lamosa fazendo um dueto com Agnaldo Rayol (quem diria?) em “Tormento d’Amore”.

Todos os blocos contarão com números que privilegiarão os hits do ano. Claro que, principalmente nesse momento, vence a música popular, ou seja, aquela que caiu mesmo no gosto do povo. Mas mesmo as que podem fazer os apaixonados por música brasileira mais xiitas torcerem o nariz estão valendo a pena nesse show. Sucessos da trilha sonora de Avenida Brasil, “Vem Dançar Com Tudo” e “Assim Você Mata o Papai” estão no show com Latino e Sorriso Maroto, respectivamente, em aparições de responsa: o primeiro entra comandando um baile ao estilo daquele da abertura da novela e o grupo ganha a companhia de dançarinas e atrizes.

Ah! Não perca os populares Luan Santana, Thiaguinho, Diogo Nogueira e Paula Fernandes interpretando “Canta, Brasil” e a apresentação de “Um Novo Tempo” por oito novos talentos da música brasileira e por outros músicos cantando em diversas línguas.

Vale a pena conferir o número de Gaby Amarantos, que incorporará uma cantora de tango em “Ex Mai Love” e, além de soltar o vozeirão, ainda dançará com seu parceiro em um verdadeiro baile argentino.

O cenário de Zé Carratu, especialista em cenografia de shows musicais, é um capítulo à parte. O chão é de areia e há três palcos, além de duas estruturas – uma em cada lado – que também recebe artistas. Isso mais os figurinos de Carlos Pazetto fazem qualquer Sandy e Luan Santana ficarem digeríveis aos tais xiitas. É claro que, quando o assunto é música, é impossível agradar a gregos e troianos. Mas acho que, pela primeira vez, vai ter muita gente se rendendo ao encantos do Criança Esperança.

O espetáculo vai ser exibido este sábado, depois da novela “Avenida Brasil”.

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