Com Mike Patton e Red Hot Chili Peppers, o rock começa a mostrar sua cara no segundo (e molhado) dia de Rock in Rio

Posted by Chris Fuscaldo Category: Shows e eventos

O Rock in Rio ameaçou sofrer novamente um drama como o de 1985, não fosse a grama sintética espalhada por toda Cidade do Rock. A chuva, que na primeira edição quase acabou com uma noite do festival ao fazer do chão um lamaçal, deixou algumas poças. Fãs do Red Hot Chili Peppers e do Capital Inicial, as duas bandas que mais agitaram a segunda noite do Rock in Rio, jogaram copos nos filhotes da lama oitentista, o que acabou servindo para chamar a atenção de quem vinha passando. Os mais desatentos molharam o pé. E teve namorado que, durante a briga, chutou a água para molhar a namorada. Comédias da vida nada privada…

Mas a chuva não apavorou. Os shows do palco Sunset foram vistos a seco. A água caiu logo depois a apresentação de Mike Patton de seu projeto “Mondo Cane”, que é uma coleção de sucessos da música pop italiana. No Rock in Rio, ele interpretou as canções acompanhado da incrível Orquestra de Heliópolis, de São Paulo. O vocalista do Faith No More só falou em italiano e incluiu rock também no seu set list. São Pedro fechou a torneira logo após o segundo show do palco Mundo, do Stone Sour (continue lendo para saber mais sobre essa programação).

Antes de Patton, passaram também pelo Sunset Marcelo Yuka, Cibelle, Karina Buhr e Amora Pêra, que fizeram o show com uma bandeira do MST pendurada na mesa de sintetizadores do ex-Rappa. Com um cocar de índia, Amora seguiu protestando, com “Tribunal de rua”, “Baía de Guantânamo” e “Ninguém regula a América”. “Vai se foder, América, com sua bomba atômica”, gritou a cantora. Tulipa Ruiz e Nação Zumbi misturaram São Paulo com Pernambuco no show que fizeram no palco de Zé Ricardo. Milton Nascimento e Esperanza Spalding foram as estrelas da noite no palco dos encontros. O mineiro e a americana mostraram a sintonia que ela já vinha buscando desde que gravou “Ponta de Areia” em seu disco de 2008.

No palco Mundo, não houve polêmica. No máximo, uma baixa de energia durante o show do Snow Patrol. Os roqueiros da média guarda – lembrem-se que Red Hot tem 30 anos de carreira e estourou há exatos 20 anos!!! Foi em 1991, com o álbum “Blood Sugar Sex Magik” – não tiveram muito ânimo para o indie (ou melhor, brit) rock da banda britânica. Mas houve respeito. A turma se dividiu entre a grama sintética e as filas dos bares e restaurantes. Antes, o NXZero tocou em paz e a Stone Sour, banda de Corey Todd Taylor, vocalista do Slipknot, teve carinho de parte do público. O Capital Inicial surpreendeu com suas explosões de fogo no palco e com a adesão da grande maioria dos presentes. O Red Hot entrou em cena uma hora depois do previsto (coloquem na conta da produçã0), mas levou o público à loucura quando entoou hits como “Give it Away” e “Californication”. “Under the Bridge” embalou muitos beijos na boca e músicas mais novas (do recém-lançado disco “I’m With You”) fez os fãs ficarem mais olhos do que pulos. Anthony Kiedis (vocais), Flea (baixo), Chad Smith e Josh Klinghoffer (guitarra) pareciam meio influênciadospor ritmos latinos, talvez por causa da presença, na gig, do percussionista brasileiro Mauro Refosco.

Fotos: Divulgação / Image.net

One thought on “Com Mike Patton e Red Hot Chili Peppers, o rock começa a mostrar sua cara no segundo (e molhado) dia de Rock in Rio

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Required fields are marked *.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>