Frio e chuva não espantam público do Lupaluna, festival que teve de Fresno a The Cult

Posted by Chris Fuscaldo Category: Shows e eventos

Nem o frio nem a chuva que caiu no fim de semana foram mais fortes que a vontade de marcar presença no maior evento de música do estado. O headline do Lupaluna não era incrível, mas os curitibanos saíram de casa para conferir shows de artistas que raramente aportam na capital do Paraná. E para prestigiar músicos da cena local, afinal, de 41 atrações escaladas para os três palcos do evento, dezesseis eram de lá. Entre Emicida, Charlie Brown Jr., Fresno, Capital Inicial, Ivete Sangalo e as internacionais The Cult e Sublime with Rome, subiram ao Luna Stage, o principal, as bandas Copacabana Club e Blindagem. O Lupaluna chegou em sua terceira edição provando que, para o público de Curitiba, o importante é misturar estilos e valorizar o que dificilmente ganha mídia fora da cidade.

O evento aconteceu sexta e sábado (13 e 14 de maio), no Bioparque, uma área grande e aberta, que tem por trás a nascente do Rio Iguaçu (aquele que dá nas Cataratas do Iguaçu). O espaço de 52 mil metros quadrados foi tomado por três palcos, o Luna Stage, o Eco Music e o Eletro Luna. O primeiro recebeu grandes nomes da música nacional e as duas bandas gringas. O segundo foi reservado para artistas nacionais alternativos. No outro, DJs como Leo Janeiro e Gui Boratto mostraram o que fazem com as carrapetas. Catorze bandas curitibanas tocaram no Eco Music e surpreenderam pela quantidade de fãs que as acompanharam. Charme Chulo, Djoa, Sugar Kane e as contemporâneas Gentileza e Sabonetes são algumas delas. Namorada Belga e Paranoika foram as vencedoras do concurso Banda Para Sair do Anonimato, promovido pelo Lupaluna um mês antes do evento.

A sexta-feira foi de festa, com shows de Ivete, Paralamas do Sucesso com Frejat, Charlie Brown Jr. e Monobloco com Fernanda Abreu, além de Copacabana Club e The Cult. Otto, Tulipa Ruiz, B Negão & Os Seletores de Frequência e Duo Finlândia compartilharam o palco menor com as paranaenses Locomotiva Duben, Charme Chulo, Match e Banda Gentileza. No sábado, a chuva caiu forte em Curitiba. O show de Vanessa da Mata teve que ser interrompido na metade. E olha que, em festival, os artistas já sobem ao palco com tempo contado (normalmente, 40 minutos para ganhar a plateia). Vanessa até que tentou continuar a cantar mesmo com a água invadindo o palco, molhando seu vestido e encharcando os amplificadores. No in ear (fone de retorno e que permite a organização se comunicar com o artista), pediram para que parasse. Ela tirou a capa que cobria uma saia e uma blusa leves, correu para a passarela descoberta, entregando-se à água, atacando de “Ai, ai, ai”, pulando e chamando a galera para acompanhá-la no refrão: “O que a gente precisa é tomar um banho de chuva, um banho de chuva.” Vanessa só desistiu quando seu microfone parou de funcionar e os outros que testou não emitiram som.

Passaram ainda pelo Luna Stage no segundo dia de festival Fresno, Emicida, Capital Inicial, Marcelo Camelo já tocando canções do disco novo (“Toque dela”), Marcelo D2 e Blindagem. No Eco Music, estavam Raimundos, Zé Cafofinho & Suas Correntes e as paranaenses Paranoika, Os Milagrosos Decompositores, Djoa, Sabonetes, Sugar Kane, Super Color e No Way. O Teatro Mágico provou que é grande demais para o palco dos alternativos. Quando o circo musical começou, faltou lugar. O grupo demorou a começar o show por causa da chuva forte que ameaçou o evento (e, claro, a maquiagem da trupe). Quando Fernando Anitelli entrou no palco, quem estava lá gritou e quem estava fora correu para tentar um lugar privilegiado. A música e os números circenses impressionaram quem nunca tinha visto ao vivo e agradaram a quem já era fã. O músico cantou e discursou contra “os grupos que tocam sempre as mesmas coisas e, quando todo mundo pensa que já deu, eles vão lá e gravam um Acústico MTV” e muito mais.

No camarim, Vanessa da Mata ressaltou que não tinha nada contra a chuva. E Lucas Silveira, vocalista da Fresno, esbanjou delicadeza ao falar com os jornalistas. Para não dizer o contrário. “Como estão os projetos de carreira solo?”, perguntei, querendo saber também sobre os projetos do resto da banda. O vocalista entendeu que a pergunta era sobre ter ou não um plano de carreira. Além de egocêntrico, foi irônico: “Esse papo tá velho, né? Já lancei meu disco há dois anos.” E disse que, no tempo livre, em vez de andar de bicicleta, ele faz música. “Então, os outros andam de bicicleta?”, questionei, devolvendo a ironia, afinal, fiz algumas matérias sobre seu vôo solo de 2009. Daí surgiu o papo de que o baixista, Rodrigo Esteban Tavares, está para lançar um CD somente seu. Precisava? Vale destacar também a delicadeza de Lucas ao responder a pergunta de um repórter sobre futebol. : “Tem um time pelo qual meu coração peida, que é o Inter. E um pelo qual meu coração bate, que é o Grêmio.” Jesus!

Chorão estava animado no camarim do Lupaluna. Primeiro, deu entrevista à repórter Rede Paranaense de Comunicação (RPC), apoiadora do evento. Depois, deixou fãs se aproximarem para fotos. Contou, então, que no Rio de Janeiro tem feito shows em comunidades, onde se sente sempre muito bem recebido. Na sequência, foi para o palco. O Charlie Brown Jr. tocou seus clássicos e o vocalista aproveitou para pedir à galera para não se meter com drogas: “Foge do vício. Já passei por isso e o bagulho é venenoso.” No final, jogou-se na plateia e separou uma briga que começou na frente do palco. Chorão saiu feliz. Missão cumprida no primeiro dia do festival realizado em Curitiba. O segundo foi, sem dúvida, dos artistas que respeitaram a chuva.

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Fotos: Marco Amarelo

Veja mais fotos do Lupaluna no FlickR (clique aqui)

Assista a vídeos nos posts abaixo.

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