Bruna Surfistinha: All she need is love …ou… Coragem ou covardia, eis a questão


Bruna Surfistinha é um filme para causar sensações. Diversas delas. Tudo vai depender da personalidade do espectador que estiver sentado na cadeira do cinema. Comendo pipoca ou não, isso não faz diferença. Também não muda nada a pessoa estar acompanhada de alguém, seja namorado(a), amigo(a) ou até mesmo uma (outra) garota de programa. A história da menina de classe média que fugiu de casa para viver como prostituta pode causar raiva, pena, tristeza, inveja… todo tipo de sentimento é aceitável e compreensível.

Rachel Pacheco não se sentia à vontade em casa, com um pai ausente, uma mãe meio que submissa e um irmão implicante. Na escola, sofreu bullying. Farta de tudo isso, deu no pé e foi parar em um “puteiro” no qual a hora custava R$ 100. “Coitada”, disse uma amiga que assistiu ao filme. Bom, vamos ponderar… A garota também não era fácil… Em casa, não fazia questão de conversar. Na escola, deu mole de topar certas “sacanagens” com os colegas (se é que o filme é fiel à história). O longa já começa com uma cena da menina, de pijama, insinuando um striptease na frente do computador… Mais fácil do que encarar era fugir. E foi o que ela fez. Coragem ou covardia, eis a questão.

Rachel saiu na calada da noite deixando uma carta. Rachel virou Bruna, adotou o apelido de Surfistinha e se deu bem. Menina bonita, educada, inteligente e interessada em aprender tudo o que podia sobre sexo… O que mais um cara que está pagando pode querer? Num certo momento, Deborah Secco (no papel de Surfistinha) desvenda qualquer mistério que possa ter surgido na cabeça de quem não percebeu desde o início que o que Rachel precisava era se sentir amada: “Agora eu sei porque todo mundo quer famoso: para ser amado” (não exatamente com essas palavras, mas foi isso aí que ela quis dizer).

Bruna Surfistinha passou a ser muito amada: pelas prostitutas e travestis próximos, pelos clientes e pelos leitores de seu blog. Mas novamente sua fraqueza vem e acaba com tudo. Quando estava no auge de sua carreira como garota de programa, com blog e apartamento (privê) bombando de clientes (e rendendo muita grana), ela se drogou até se encher de dívidas e se ver completamente sozinha e abandonada. E Bruna acaba indo parar em um “puteiro” em que a hora custava R$ 20. Coragem ou covardia, eis novamente a questão.

Minha amiga ficou com pena e achou o filme triste. Uma outra achou Rachel Pacheco super corajosa. Para mim, o primeiro passo, rumo ao “puteiro”, foi corajoso. Mas foi covardia com ela mesma e com seus pais não tentar resolver as questões dentro de casa antes de tomar uma atitude como essa. Hoje, Rachel é ídolo. Mas, se não fosse seu estouro na mídia e a consequente fama, ela estaria entre os altos e baixos da vida “fácil” (pero no mucho) da prostituição. Se um desses clientes não tivesse se apaixonado por ela, talvez ela estivesse lá até hoje. E o pior… depois disso tudo, ela ainda perdeu (de vez) o amor de seus pais. Amor este que ela tinha, mas, por ser extremamente infantil, não conseguia ver.

Não dá pra julgar. Não é fácil entender. Talvez nem seja necessário. Rachel Pacheco foi corajosa e covarde. Hoje, é uma pessoa normal. Uma celebridade. Se por trás das câmeras é uma pessoa fraca ou uma mulher de fibra, só o ex cliente com quem se casou deve saber. Aos telespectadores resta a diversão às custas de uma história que não parece, mas é real.

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2 thoughts on “Bruna Surfistinha: All she need is love …ou… Coragem ou covardia, eis a questão

  1. Oi, Fuscaldo. Boa crítica. gostei. Minha opinião: esta história da menina que virou prostituta e conseguiu comprar apartamento a partir desta atividade nao pode ser considerada tão simplória assim ou edificante ou vitoriosa ou derrotista. Nao precisa ser um profissional do sexo para saber que é deprimente manter uma relação sem vontade. Isto até mesmo com a pessoa com quem convivemos normalmente. E em troca de dinheiro então deve ser sofrível. Sem preconceitos, por favor. Nao tenho mesmo. Mas não dá para dizer que é a melhor coisa do mundo fazer sexo para ganhar 20,00… é claro que não é… Claro que na hora de comprar o apartamento é ótimo. Fazer sexo é ótimo. Mas nao dá para pintar com cores agradáveis a atividade. Por mais tarada que a figura possa ser. A história é boa, mas existem milhares de mulheres que vivem desta maneira atualmente, mais gatas e mais ricas que a “Bruna”. Ela conseguiu se projetar pq teve a coragem de se expor totalmente através do blog. é aquela história de dar a cara a tapa. Só nao podemos achar que é o melhor dos mundos. Aí foge da realidade…. Saudações

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