Lucas Silveira estreia solo como Beeshop e diz que Fresno continua em primeiro plano

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Acalmem-se, fãs do Fresno. Lucas Silveira  não abandonou a banda, fez plástica no rosto e assumiu outra personalidade. O vocalista apenas desovou no álbum “The Rise And Fall of Beeshop” músicas que vinha compondo e que não tinham a ver com o trabalho que faz com Vavo, Bell e Tavares. Em sua estreia solo, ele quer ser chamado de Beeshop, em homenagem a um personagem de HQ que inventou em 2005. 

“Ele é como se fosse um alter-ego meu. Um alter-ego fanfarrão, que canta como se estivesse no chuveiro”, explica Lucas.

Beeshop promete shows de lançamento; Lucas Silveira diz que o Fresno continua em primeiro plano.  A seguir, depois da entrevista que deu ao GarotaFM, cenas do próximo capítulo.

“As datas de imprensa e shows meus estão sempre sujeitas à agenda da Fresno”, afirma Lucas.

GarotaFM: Normalmente, o artista espera a banda entrar de “férias” para tocar seu projeto solo. Você fez diferente. Como coordenou estar em dois projetos ao mesmo tempo?

Beeshop: No Brasil não tem esse papo de férias, não! Gravei esse disco nos poucos dias livres que tive nos meses de novembro e dezembro do ano passado. Foi como um hobby. É a coisa que eu mais gosto de fazer, escrever, gravar, produzir. Foi ótimo, inclusive para esvaziar um pouco cabeça. O lançamento do disco coincidiu propositalmente com umas pequenas férias de 10 dias que a Fresno tirou. Sou viciado em trabalho.

GFM: O que te levou a essas composições? Inspiração que não cabia no Fresno?

B: Não foi uma coisa muito ponderada. Eu tô sempre fazendo música. Tem coisas que eu percebo desde o começo que não têm nada a ver com a Fresno. Eu vou desviando essas coisas para outras bandas, outros projetos. O Beeshop é mais um desses projetos, e o mais conhecido deles. No Beeshop eu uso diferentes ferramentas de composição, e a produção também é diferente. É algo displicente, mas muito ambicioso. Na Fresno, a gente discute as coisas. A gente tem o compromisso de ser uma grande banda de rock no Brasil. Isso acarreta uma porção de concessões, de coisas que a gente decide em grupo. No Beeshop, eu não fiz concessões a ninguém. É uma coisa “egoísticamente” minha. É saudável, pois assim eu exerço melhor a minha função dentro do grupo. Aprendi muito com o processo.

GFM: Como foi gravar “quase” todos os instrumentos? O que você não toca  no disco e na vida?

B: É uma coisa a qual eu estou bastante acostumado. Assim como muita gente, eu tenho um pequeno estúdio em casa, dentro do qual eu gravo muitas coisas. Muitas demos da Fresno foram inteiramente gravadas por mim. Dessa forma, eu peguei certa experiência com instrumentos que não são violão e guitarra. Ano passado estudei profundamente o piano, para me aprimorar, e principalmente porque estava embasbacado pelo trabalho do Freddie Mercury como frontman e compositor. Eu até toco um pouco de bateria, mas preferi deixar isso pro Tavares e pro Bell, meus companheiros de Fresno. Eles entendem o que eu quero, além de tocarem mil vezes melhor que eu. O violino em “Rockstars & Cigarettes” é do Amon Lima, da família Lima. E ainda tem um naipe de metais, em “Lovers Are In Trouble”.

GFM: Por que compor em inglês? Qual é a sua relação com a língua?

B: Eu sempre gostei do idioma, desde que me entendo por gente. Desde que uma amiga da minha mãe me ensinou o “one, two, three”, eu não parei mais. Sempre fucei muito em dicionários, e tentava escrever as coisas na língua bretã. Mas eu costumo dizer que eu aprendi inglês mesmo foi assistindo Friends e tentando descobrir o que diziam as letras das músicas que eu gostava. Escrever músicas em inglês também é uma coisa que eu sempre fiz, desde que comecei a tocar em bandas. O Beeshop, nesse caso, é um canal para o qual eu destino toda essa produção, não importando muito o estilo das composições.

GFM: Quais foram suas maiores inspirações para este projeto?

B: No ato da composição, nem tenho muito como dizer com precisão. No entanto, os arranjos deixam bem claro que eu tenho ouvido muito Beatles e Queen para fazer algumas músicas. Noutras, há respingos de Weezer, Dashboard Confessional, e até coisas como Erasure e Joy Division, coisas que herdei dos meus irmãos mais velhos, nos anos 80. Não procurei colocar nenhum filtro e deixei a coisa acontecer no estúdio. O que as músicas pediam, eu colocava. Por isso é que o disco tem uma sonoridade tão ampla e as músicas são tão diferentes entre si.

GFM: Você pensa em seguir só com sua carreira solo?

B: Não.

GFM: Como fica a Fresno neste momento?

B: Em primeiro plano, sempre. As datas de imprensa e shows estão sempre sujeitas à agenda da Fresno. Dessa forma, eu posso dar ao Beeshop o tamanho que eu consigo suportar. Se fosse meu plano A, com certeza estaria trabalhando nisso com afinco duas vezes maior. Mas tenho feito alguns shows, respondido uma porção de entrevistas, algumas coisas em rádio em TV, mas eu sempre trato isso como um projeto paralelo alternativo ao Fresno.

GFM: O que significa lançar este disco para você?

B: Uma realização pessoal sem tamanho, além da oportunidade de mostrar para o grande público uma faceta da minha inspiração, da minha música, que fica obscurecida dentro da Fresno. A gente pode e deve mostrar do que é capaz. Eu ouço praticamente todo tipo de música e também gosto de escrever coisas diferentes, mais fora do lugar-comum do pop rock e do rock.

GFM: Qual seria um próximo projeto ideal para você? Sobrou material ou tem algo guardado?

B: Provavelmente eu faça um novo álbum do Beeshop. Tenho outras músicas, nessa mesma linha. Mas o plano agora é fazer esses shows de lançamento no maior número de cidades que eu conseguir. A Fresno também lança disco no meio do ano, e isso deve me ocupar gravemente pelos próximos oito meses. Mas tenho muita coisa guardada, muitos b-sides. Inclusive músicas em português que foram “escanteadas” na Fresno, mas que eu toco nos shows do Beeshop e público gosta bastante.

GFM: O que vai acontecer agora: você pretende fazer shows solo?

 B: Sim. Alguns shows, em dias alternativos, lugares alternativos. Montei uma banda, chamada The Little Dogfeet. Eles me acompanham nessa empreitada.

GFM: Por que e de onde vem Beeshop?

B: Beeshop é um personagem que eu inventei, ali por 2005. Eu desenhava umas tirinhas e postava no meu antigo fotolog. O nome do rapaz era Sethela, mas depois eu o batizei de Beeshop. Ele é como se fosse um alter-ego meu. Um alter-ego fanfarrão, que canta como se estivesse no chuveiro.

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2 thoughts on “Lucas Silveira estreia solo como Beeshop e diz que Fresno continua em primeiro plano

  1. ADOREIIII ouviu O AR é muito perfeito, apesar de gostar de som mais pesado mas ta muito bomm .. mas e o estilo vai ser rockabille? pq ele ficaria lindo de rockabille OAKSPOPAOS

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