Pedro Luís comemora os dez anos do projeto Monobloco

Pedro Luís e o Monobloco / Guito Moreto

Pedro Luís e o Monobloco / Guito Moreto

Matéria publicada na revista Rolling Stone de fevereiro de 2010 (clique aqui).

RÁPIDAS COM… Pedro Luís

Líder do grupo A Parede comemora os dez anos do Monobloco e o sucesso da carreira e do casamento com Roberta Sá

Por Christina Fuscaldo

Monobloco oficina e Monobloco show

“O Monobloco começou em 2000 como uma oficina de percussão ministrada pelos integrantes do Pedro Luís e A Parede (Plap). A função era e é até hoje fazer leigos tocarem percussão. Tanto que não temos samba enredo anual como os blocos comuns tem. Só que foi se desdobrando. Criamos o Monobloco Show, para não ser o trabalho principal de ninguém. O mais importante é o repertório, de música brasileira com instrumentos de bateria de escola de samba. Esse tratamento é a grande jogada. O esquema do jogo não importa e também não importa o time. Hoje, temos mais de 30 músicos na equipe, que faz cerca de dez shows por mês… em casamento, em feira agropecuária, em chopada de calouros universitários e em casas de shows.”

 10 anos de Monobloco em DVD

“Estamos lançando o segundo DVD e terceiro CD. O primeiro disco foi de estúdio e o segundo saiu em 2005 junto com um DVD. O novo, ‘Monobloco 10’, foi gravado na Fundição Progresso em outubro, para comemorar esses dez anos de história. Colocamos no repertório ‘Santa Clara Clareou’, de Jorge Ben, um medley com ‘Você’ e ‘Gostava Tanto de Você’, de Tim Maia, ‘Girassol’, do Cidade Negra, e ‘Pescador de Ilusões’, d’O Rappa, que virou sucesso nas festas do Monobloco. O show abre com um medley com ‘Isso Aqui Tá Bom Demais’, de Dominguinhos, ‘Frevo Mulher’, de Zé Ramalho, e ‘Pagode Russo’, de Luiz Gonzaga. O Monobloco é uma banda de baile, com repertório variado, que tem instrumentos de samba a serviço da música brasileira. Tentamos sempre apresentar alguma novidade para a garotada que tem preconceito de ouvir velha guarda. Temos orgulho de, depois de dez anos, além de formarmos novos instrumentistas, termos visto muitos outros blocos se inspirarem no Monobloco.”

 Pedro Luís e A Parede

“A Plap existe como banda há 16 anos por causa da determinação de quatro parceiros (Mário Moura, CA Ferrari, Sidon Silva e Celso Alvim) que formaram uma família. A gente coordena e conceitua tudo juntos. A Plap começou por acaso. Eles já tocavam comigo em trabalhos anteriores. Um dia, Michel Melamed me convidou para fazer um show dançante no evento CEP 20000. Combinei com os músicos um formato portátil: todo mundo com o instrumento pendurado para poder interagir com a plateia. Falei que aquilo seria como uma parede sonora. O nome ficou e, no terceiro show, fomos contratados por uma gravadora. Fomos atropelados pelo Monobloco durante um período, mas, no ano passado, lançamos ‘Samba Enredo’, disco que nos deu muita alegria.”

 Roberta Sá

“Fiz a pesquisa de repertório de ‘Que Belo Estranho Dia Pra Se Ter Alegria’ e compus a música que dá nome ao primeiro disco dela, ‘Braseiro’. Foi ali que conheci a Roberta. Temos várias parcerias, inclusive a matrimonial. Por admiração mútua, a gente gosta de opinar e de receber a opinião do outro. Ela é uma pessoa criteriosa e que tem bom gosto, além de ser uma cantora excelente.”

Outros projetos

“Compus o tema do filme ‘Praça Saens Pena’, por eu ser tijucano. Fiz também a direção musical do espetáculo escrito por Fernanda Torres, ‘Deus é Química’. E, com a Roberta Sá, viajei com uma turnê em homenagem a Carmen Miranda. Sou um inferno para a firma porque faço muita coisa ao mesmo tempo.”

 Rio de Janeiro

“As mazelas… eu sempre prestei atenção nisso. Não foi esse fato lamentável e trágico, a morte por assassinato da minha irmã em 2000, que passei a ver. Minha música sempre teve um espaço para isso. Sempre fez parte. Sou aquele compositor que me acho escritor também. Sou cronista, sou urbano, falo do dia a dia. Minha irmã era cantora amadora, trabalhou em produção com a gente e virou produtora do Monobloco. Infelizmente, ela foi uma vítima da violência do Brasil.”

 5 dicas de blocos do Rio de Janeiro por Pedro Luís

1) Céu na Terra: “Revisita clássicos do cancioneiro carnavalesco, com um instrumental de alto nível, fazendo dois belíssimos passeios por Santa Teresa durante as folias de Momo, um deles no bondinho!!!”

2) Empolga às 9: “Bloco da mesma família do Monobloco, que agracia os foliões com repertório variado e puxadoras femininas. Sempre que posso desfilo com eles.”

3) Mulheres de Chico: “Um coletivo feminino que homenageia o maior compositor brasileiro da atualidade, Chico Buarque, com competência e criatividade.”

4) Suvaco do Cristo: “O mais importante da Zona Sul do Rio, pelo papel de ter sido um dos pioneiros na revitalização do carnaval de rua e por seus enredos de humor refinado. Tive o prazer de desfilar alguns anos com eles entupindo a Rua Pacheco Leão, no Jardim Botânico, de alegria e bom humor.”

5) Cordão da Bola Preta: “O mais tradicional de todos os blocos. Sempre encantador. É peça fundamental para quem conhecer de verdade o carnaval de rua carioca.”

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