‘Quando se cresce, muda tudo’, diz Mallu Magalhães, madura em seu segundo disco

mallu005Mallu Magalhães é uma adolescente como outra qualquer quando o assunto é vida pessoal. Bem resolvida profissionalmente – prova disso é o lançamento do seu segundo disco, mais uma vez muito bem recebido pela crítica –, a adolescente vem passando pelos mesmos dramas que grande parte das meninas de sua idade passam. E não é só porque ela viu seu dia a dia virar de cabeça para baixo há dois anos, quando as músicas que compôs, gravou e disponibilizou no MySpace viraram hits não só entre os internautas, como também na cena mainstream da música brasileira. Mallu está tentando virar adulta de uma vez por todas. Mas – não sei se você lembra – não é lá a coisa mais fácil de conseguir quando se tem apenas 17 anos. Mas ela tenta, dizendo isso à mãe na quinta música do CD novo, “Make It Easy”: “I keep fighting for my love / As a woman / And mamma cries (…) It shouldn’t be so hard / No, mamma / We’ll accept each other…”

“As coisas que escrevo têm relação com as dificuldades reais. Já passei por trocentos perrengues. Desde a minha voz, pois depois do primeiro disco tive que tomar muitos cuidados, até o desgaste físico e o emocional de ficar longe da família. Tive que aprender a falar e a ser mais carinhosa, para mostrar para as pessoas que a distância não é destrutiva. Já disse coisas horríveis que não queria ter dito, ouvi coisas que não queria ter escutado… só percebi depois. Mas não adianta ficar com medo de erra e de sofrer. O sofrimento é o primeiro passo para a alegria. Quando se cresce e se torna uma pessoa mais independente, muda tudo. Não faço as coisas que eu fazia, tenho outros sonhos e objetivos”, diz Mallu.

Um deles, comenta, é cuidar da própria vida. Mallu segue estudando – ela acaba de passar para o terceiro ano – e sabe que tudo tem seu tempo. Mas a cantora, que namora Marcelo Camelo (31) há pouco mais de um ano, não esconde a vontade de formar sua própria família:

“Tenho dificuldades na escola, faço reposição de notas com trabalhos, mas sigo em frente… e estou feliz por estar conseguindo. Sempre fui muito caseira, quieta, nunca fui de balada! Então, acho que não tem a ver com o fato de eu ter uma relação com uma pessoa mais velha, mas é um momento em que quero outras coisas. Não quero mais uma pessoa para sair… estou buscando apoio e suporte psicológico. E, quando você tem isso, fica com vontade de fazer planos, construir uma vida, uma família. Tenho muitos sonhos, na verdade. Tento ponderar, claro. É preciso ser sensata, para não atropelar as fases da vida. Mas a gente também não pode deixar de aproveitar as coisas boas: é bom sonhar na hora que o sonho vem e não deixar todos os planos para depois.”

Essa recém-conquistada maturidade transborda nas palavras de Mallu e também em seu novo disco, que foi produzido por Kassin e traz seis canções em português e sete em inglês. Um rock estilo anos 60, “My Home is My Man” (Minha casa é meu homem) é o nome da primeira faixa do álbum, que também é marcado por uma diversidade de ritmos. “Shine Yellow” é um reggae. “Versinho de Número Um” parece ter sido composta por Camelo (mas é dela mesmo), que, aliás, faz vocais em algumas canções. O folk reaparece em músicas como “Make It Easy” e “Nem Fé Nem Santo”.

“É fruto das misturas e do meu contato com esses estilos. Me senti livre o bastante para fazer desse jeito e acabou saindo. Não tenho muitas influências de reggae, mas até gosto de Bob Marley. Ouço Muito Skatalites e Lee Dorsey, por exemplo. Meu baixista, o Thiago (Consorti), me deu um box com quatro discos dos Mutantes e eu passei um tempo apaixonada, dedicada a ouvir e entender a banda”, conta Mallu.

Compositores de samba e MPB também mexeram com Mallu nos últimos tempos. A responsável por essas novas influências foi Nara Leão.

“Nara foi a grande revolução na minha vida e na minha percepção de mundo. Me apaixonei quando ouvi ela cantando ‘Joana francesa’. Fiquei maravilhada! Aí, essa paixão se desdobrou em muitas outras. Perguntei: ‘O que mais Chico Buarque escreveu?’ E fui ouvir Chico, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso, Dorival Caymmi, Noel Rosa…”

Assim como fez com Fernanda Takai, que acabou gravando um disco tributo à cantora já falecida (leia entrevista antiga com a vocalista do Pato Fu), Nara também mostrou a Mallu que é possível se sentir segura mesmo não tendo vozeirão. A pequena segue cantando mais do que nunca e cuidando do instrumento (natural) que a faz ser uma das mais queridinhas do Brasil:

“Bebo muita água para liberar as toxinas, faço exercícios vocais, poupo a voz e me poupo de estresses. Procuro não gritar no travesseiro, não passar frio e não andar descalça. Faço inalação, bebo chá e tenho acompanhamento médico. A Narinha me fez ter vontade de cantar mais. Percebi que há um lugar, onde ela canta e fala, que não machuca. Consigo me sentir mais segura e usar o que minha voz pode me oferecer”.

Veja vídeos que a própria Mallu postou no Youtube:

3 thoughts on “‘Quando se cresce, muda tudo’, diz Mallu Magalhães, madura em seu segundo disco

  1. Aaaahhh, minha Malluzinha, tua música é o todo pra mim, me faz parar um pouco em meio
    a tanto barulho, e tentar te entender, mas mesmo não decifrando a magia das letras
    eu descanso em meio da tua voz e teus timbres.

  2. Oi, Mallu! Conheci a música da Mallu por acaso… Assistindo a um DVD, de cara me interessou demais, mas achei que ela não tinha voz, mas um talento com os instrumentos imenso! Depois passei a ouvi-lá mais, e as músicas em inglês ficam uma delícia na voz dela! Vai em frente, Malluzinha! Seu som faz a hora passar mais rápido!

    Vc é um dos poucos gênios que já tivemos na música…

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