Garota FM

Show de Paul MacCartney anunciado em Tóquio

Se o GarotaFM fosse um site de viagem ou tivesse uma editoria dedicada ao tema, nunca deixaríamos de ter um post. Mas, como o foco é música, achei melhor parar por pouco mais de dois meses, tempo que dediquei a um dos meus maiores sonhos: conhecer alguns países da Ásia com Marco. Mas quem diria que, durante esse período, viagem e música se misturariam pelos contornos do continente amarelo? Pois é, isso aconteceu. E, em diverso momentos, esbarrei com situações que me fizeram refletir sobre os rumos da música. Da nossa, inclusive. Dá pra acreditar que, não bastasse ouvir Michel Teló e Gusttavo Lima em diversos momentos, ainda conheci uma versão na língua do Camboja de “Balada Boa (Tchê Tchê Rere)”?

Show dos Stones em Tóquio

Os países escolhidos foram China, Japão, Vietnam, Laos, Camboja e Tailândia. Na China, o único episódio que merece algum destaque foi quando, após um dos voos (de Datong para Xian), saí do portão de desembarque e fui recebida por centenas de jovens fanáticos, que aguardavam um ídolo teen e acabaram aproveitando para me ovacionar também. Claro que entrei na brincadeira. Vendo aquela multidão e sabendo do hábito que muitos chineses têm de cumprimentar e fotografar estrangeiros, levantei um braço para acenar. Bastou aquilo para a garotada me levar as alturas. Ri muto, agradeci com a cabeça por terem me proporcionado aqueles segundos de fama e segui meu caminho, deixando a turma à espera do verdadeiro ídolo. Pena que não fotografei… Ah, sim, também esbarrei com um coral no meio do Palácio de Verão, em Pequim. Vários senhores cantavam alegremente, regidos por uma senhora e acompanhados por uma banda acústica, em um ensaio que durou horas. Lindo demais!

Eric Clapton também em Tóquio

No Japão… Ah, o Japão… Que país musical! Eu ficaria por lá mais um pouco só para entender melhor as influências dos japoneses. Os caras são super roqueiros! Imagino que não só isso, mas o fato foi que esbarrei em Tóquio com uma placa anunciando um show do Paul MacCartney, depois com uma sobre Eric Clapton e, também, com outra dos Rolling Stones. Num restaurante, conheci um cara que cantou Beatles a noite toda (ali e, depois, no karaokê para onde ele levou eu e Marco). Seu estagiário, tímido, depois engrossou o coro do Red Hot Chili Peppers que Marco escolheu para cantar. E a loja de discos? Há anos eu não via uma megastore daquele tamanho. Sofri quando a Virgin de Nova York fechou suas portas. Mas a Tower Records está lá, firme e forte, vendendo CDs e promovendo eventos musicais em sua sede.

A banda de rock de Kyoto

Também esbarrei com muitas revistas de música em uma livraria de Hiroshima, inclusive as específicas sobre instrumentos. E, bom, em uma das rua de bares por onde passei, acabei ouvindo o hit de Gusttavo Lima saindo de uma portinha. O garçom convidou para entrar quando me viu parada e de butuca, mas achei melhor não. Nessa mesma noite, entrei foi num pub maneiríssimo indicado pelo guia Lonely Planet. Com a ajuda de uma jovenzinha que conhecia melhor o mapa de Kyoto, fui parar lá e assisti a dois shows irados de puro rock. Precisaria de um post só para as bandas.

A música em livros, discos e letreiros, no Japão

O Hard Rock de Hong Kong

Nossa, já ia me esquecendo… Entre a China e o Japão, passei por Hong Kong, onde não conheci nada demais a não ser uma banda cover super maneira que tocava periodicamente no Hard Rock Cafe. Saindo de lá, assim que o avião parou em Tóquio, uma canção instrumental começou a tocar, preparando o pessoal para o desembarque. A melodia não parecia conhecida até que chegou o refrão: “Esse cara sou eu…” Olha, não tenho como avaliar porque não tive como levar a gravação comigo, mas me parecia um plágio ou a fonte original do hit de Roberto Carlos (não sei qual veio primeiro). Pode até ser que fosse uma leitura, mas o resto da música parecia muito diferente. Sei que achei muito estranho. Infelizmente, como estava de férias e sem meu material básico de trabalho, não atuei como jornalista. Não corri atrás nem apurei. Apenas ouvi, refleti e não conclui muita coisa. O avião era de uma companhia de Hong Kong.

O karaokê na vila do Laos

No Vietnam, não tive o prazer de viver uma experiência musical. A não ser aquela em que os amiguinhos que fiz na rua cantaram comigo o clássico “Merry Christmas”. Mas aquilo foi só para consolidar o papo que estávamos tendo sobre o país predominantemente budista estar comemorando o Natal como fazem os cristãos. No Laos (Luang Prabang), fiquei surpresa ao chegar em uma vila de moradores locais (bem humilde e simples) que não tem luz, mas tem uma caixa de som enorme. A rapaziada suga a energia solar para plugar um microfone e e mandar ver no karaokê (isso é muito típico nesses países da Ásia).

Uma banda cover de rock no Camboja

No Camboja, qual não foi minha surpresa ao ouvir uma versão na língua cambojana da música consagrada (pelo visto no mundo todo) de Gusttavo Lima?! Segundo o guia que me acompanhou na viagem, os músicos de lá só sabem fazer versões. E parece que a gravação não é oficial. Também conhecemos uns estrangeiros que moram em Siem Reap (Camboja) e tocam cover de clássicos do rock nas noites de quinta-feira em um pub local. Na Tailândia, mais especificamente em Bangkok, não foi Lima quem apareceu pra dar feliz Ano Novo no cruzeiro onde comemorei a entrada de 2014. Michel Teló e o seu “Ai se Eu te Pego” fez a gringolândia dançar. Eu me diverti, confesso. A música consagrada pelo paranaense, aliás, tocou também na Ilha de Phi Phi, mas numa versão mash up (misturada a outras canções).

O Ano Novo na Tailândia

É, a lição que tirei disso é que o Brasil pode até exportar Caetano, Gil, Tom Jobim, Calcanhotto etc, mas também está representado nas ruas do mundo pela mesma galera que faz (mais) barulho por aqui.