Pensando nesses últimos dois anos, nos quais me dediquei ao mestrado e ao livro (e a alguns frilas que me ajudaram a pagar as contas), se tem uma coisa que lamento foi ter deixado de lado o circuito sertanejo que sempre acompanhei.
Até fiz releases para vários desses novos expoentes e cheguei a ler sobre o que se passava. Portanto, Cristiano Araújo pra mim não era um estranho. Mas lamento também ele ter sido um dos que ainda não tinha entrevistado.
Aí muitos podem dizer: “Que diferença isso faz?” Hoje, exatamente neste minuto, talvez nenhuma, afinal não estou numa redação com a obrigação fazer um obituário nem estou (infelizmente) assinando um livro maravilhoso que está pra sair daqui a um mês (“Cowboys do asfalto”, de Gustavo Alonso, sobre a música sertaneja). Mas, para um breve futuro, isso faz diferença pra mim, sim.
Acho importante saber quem está explodindo de tanto sucesso fora do circuito cult, pop, intelectual… Como pessoa física, amo nossa MPB, amo o rock, mas admiro muito a força dos sertanejos (e amo muitos deles). Como jornalista, não quero mais perder a oportunidade de me aprofundar cada vez mais em todas as cenas desse meu enorme país.
Eu não amava Cristiano Araújo, mas lamento demais a perda. A música sempre fica mais pobre quando alguém que vive pra ela morre, independente do estilo que essa pessoa escolheu.