Capital Inicial revolucionam seu rock’n’roll lançando EP com novos parceiros

Posted by Chris Fuscaldo Category: Trabalhos

Evite comprar, baixar ou escutar o do seu filho (ou o do seu pai) se você é do tipo que não gosta de novidade. Caso curta mudanças ou confie no taco do Capital Inicial, garanta logo o seu Viva a Revolução, novo álbum da banda cuja maior virtude é saber se renovar sem perder a identidade. A começar pelo formato, um EP com 7 músicas, mas passando também pela produção, pelas parcerias e até pela sonoridade, quase tudo é inédito no novo trabalho de Dinho Ouro Preto (vocal, violão e guitarra), Fê Lemos (bateria, percussão e vocais), Flávio Lemos (baixo) e Yves Passarel (guitarra, violão e vocais). Vamos ao jogo dos 7 acertos!

Os integrantes são os mesmos, mas os parceiros são a mais nova aventura de Dinho Ouro Preto e Alvin L no mundo da composição. Amigo do vocalista há anos, o ex-guitarrista do Charlie Brown Jr. Thiago Castanho compôs com a dupla pela primeira vez. Juntos, os três assinam as duas baladas do disco, Coração Vazio e a primeira música de trabalho, Melhor do que Ontem. Apesar do tom romântico, as canções não deixam de ter a ver com o tema que inspirou a banda durante a produção de Viva a Revolução: assim como a faixa-título, o álbum celebra as manifestações ocorridas no país em 2013. Mas, apesar do nome dizer tudo, as letras não são tão explícitas assim. Na contramão do que sempre fez, o Capital Inicial agora utiliza metáforas, fazendo com que 0 EP represente também outras mobilizações. “Minha rua mudou de sentido virou contramão / Seus olhos sorriem mas dizem não”, diz Tarde Demais.

“Não sou muito dado ao uso de metáforas, mas fiquei profundamente comovido com o que vi acontecer no Brasil. Partiu de filhos de pessoas que lutaram pelo fim do regime militar e pela redemocratização, que viram morrer o Plano Cruzado e nascer o Plano Real. Gostei do fato de os protestos não terem uma liderança nem uma reivindicação muito clara, mas um desejo de mudança. Sou de uma geração acostumada com a decepção e acho ótimo que exista esse combustível na garotada”, reflete Dinho.

Capital Inicial no EP Viva a RevoluçãoO EP conta com duas versões de Viva a Revolução, uma com distorções e outra com a participação do ConeCrewDiretoria, misturando as guitarras com a batida hip hop e com o rap de protesto do coletivo carioca de MCs: “Bomba de gás em nome da paz não é capaz de impedir meu povo…”, rimam eles. O rock Bom Dia Mundo Cruel ganhou uma batida inspirada no clássico Satisfaction, dos Rolling Stones, e Não Tenho Nome ficou meio glam com o fundo à la Gary Glitter. Ambas têm letras revolucionárias: “Esse disco tem pitadas um pouco mais políticas do que os outros, mas o objetivo era revolucionar mais na sonoridade. É por isso que os tambores de Tarde Demais e a voz e o violão de Coração Vazio estão juntos no mesmo EP.”

Para ajudar o time a fazer esse gol, Liminha assumiu a produção. Em 1984, o produtor cuidou do Capital Inicial durante a gravação do compacto Descendo o Rio Nilo. A bolachinha contava ainda com a canção Leve Desespero e deveria preceder o primeiro álbum da banda, mas acabou virando artigo raro nos sebos de discos de vinil. “O diretor artístico da CBS, na época, recusou-se a gravar o disco depois do compacto e tivemos que procurar outra gravadora interessada em apostar na nossa estreia. Não consolidamos a parceria e só agora pisamos novamente no estúdio de Liminha. Ele é um produtor diferente, que é músico também e põe a mão na massa. Ele se comporta como um de nós”, conta Dinho.

Com a turnê de lançamento iniciando pela cidade natal de Dinho Ouro Preto, Curitiba (08/08), a banda pretende acoplar a venda do EP à dos ingressos em algumas cidades. Acompanhados ainda de Fabiano Carelli (guitarra, violão e vocais) e Robledo Silva (teclados, violão e vocais), o Capital Inicial já tem shows marcados em São Paulo (30/08), Belo Horizonte (13/09) e Rio de Janeiro (27/09).

“Com as músicas que tínhamos compostas, daria para produzir um álbum convencional, mas nosso desejo era fazer algo que fosse um ponto fora da curva. Percebemos que as novas gerações lidam com a música de forma diferente. Acreditamos que as pessoas vão se sentir mais atraídas por um formato mais conciso, que além de ter menos informação, ainda é mais barato”, explica Dinho.

Tudo para agradar aos fãs de várias as gerações que ajudaram o Capital Inicial a ultrapassar todas barreiras desde sua fundação, na década de 1980, e a manter o rock’n’roll jovem e revolucionário até os dias de hoje.

*Release confeccionado para a Sony Music.

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