Quem me conhece um pouquinho sabe que, além de música, amo muito o futebol. Mas nunca imaginei que uma paixão me levaria a ter contato com a outra. Até que um dia, um funcionário do meu departamento me chamou para atender o Pelé ao telefone. Em meados dos anos 90, eu era diretor artístico da Sony Music e, na hora, pensei que fosse o Pelé que trabalhava no escritório do Poladian, empresário de grandes nomes da música brasileira. “Não, do outro lado da linha falaram que é o Pelé mesmo”, respondeu o funcionário. Imaginei não ser possível, mas fui até lá para atender.
Quando falei “alô”, a pessoa do outro lado disse: “O Edson de Santos vai falar.” Fiquei atordoado. Quando aquela voz característica do Rei começou a se apresentar do outro lado, não me aguentei e disse: “Meu Rei, não posso acreditar. Você não pode imaginar como está fazendo minha tarde feliz. Sou fã do futebol e grande admirador seu. Em que posso servir? O que o Rei deseja?” Pelé falou de uma cantora que ele queria ajudar. Lembro que não houve desdobramento posterior e imagino que a pobre moça tenha sido ofuscada pelo seu próprio padrinho, o maior de todos, o Rei do Futebol!