Um Novo Dia começa e nem parece que é uma banda de forró por trás da faixa de abertura do álbum Amigo Velho. Mas, apesar de a introdução parecer a de uma música mais pop dos Titãs, quando começa a segunda parte da canção, a zabumba e o triângulo do Falamansa aparecem com tudo para matar as saudades de quem estava sentindo falta dessa turma que costumava rir à toa. O nono trabalho da banda (sexto sem contar os discos ao vivo e coletâneas) vem com mais experimentações. A faixa título também não começa anunciando que colocará os casais para dançar coladinho, mas logo os instrumentos típicos do pé de serra dão conta de mostrar que é mesmo o Falamansa que voltou com nova roupagem.
Numa Festa de São João é um folk que ganha pitadas de forró, mas só se percebe a influência nordestina porque os instrumentos típicos estão ali. Se não estivessem, a romântica Essa Música também não desnudaria o Falamansa. O forró Forró à Brasileira, o baião pop DDD, o xote Quem Sou Eu?, o pé de serra Me Dá Um Beijo são as que se aproximam mais do estilo de Luiz Gonzaga, que inspirou muito Tato e sua turma 16 anos atrás, quando a banda estourou com clássicos como Xote da Alegria e Rindo à Toa. Amigo Velho é encerrado por Debutanalabuta, um forró instrumental cheio de efeitos eletrônicos.
Minha Sorte, Un Petit Peu Plus D’Amour, Tudo Bem e O Bem que Você me Faz são outros exemplos de que a banda escolheu caminhos interessantes, porém arriscados. Será que o público acostumado com aquela vibração vai se acostumar com as mudanças?