Na primeira metade dos anos 90 o que parecia impossível aconteceu: bandas de punk hardcore venderam milhões de cópias de CDs. A explosão do grunge poucos anos antes preparou os ouvidos do grande público para um som mais barulhento. A onda foi liderada pelas então novatas Blink 182, Green Day, Pennywise e o Offspring, que, com esse terceiro álbum, “Smash”, consolidou sua carreira.
“Smash” vendeu 16 milhões de cópias e se tornou o álbum independente (lançado pela Epitaph) mais vendido até hoje. Sua produção ficou a cargo do experiente Thom Wilson, especialista em punk rock, com bandas como Adolescents, Social Distortion e TSOL no currículo. O álbum começou a ser gravado em 1993, no Track Record, em Los Angeles, logo após o grupo encerrar a turnê do CD anterior, “Ignition”, e foi lançado em abril de 1994.
Um pouco após o lançamento, o vocalista Dexter Hollanda declarou para a revista Flux: “Quando gravamos esse CD, o anterior tinha vendido 15.000 cópias, assim sendo, a possibilidade de tocarmos no rádio era zero. Especialmente porque esse tipo de música não é muito bem aceita pelo mainstream, então, o que aconteceu realmente nos surpreendeu.”
E os números foram superlativos mesmo: além das milhões de cópias vendidas, três faixas (‘Come Out and Play’, ‘Self Esteem’ e ‘Gotta Get Away’) ficaram entre as seis mais na parada de “rock moderno” da Billboard. “Smash” também foi o primeiro CD da Epitaph a receber os discos de ouro e platina.
Musicalmente, “Smash” tem músicas que seguem uma linha de hardcore melódico (‘Nitro’, ‘Bad Habit’, ‘Genocide’ etc.), outras com uma levada mid-tempo poderosa e alta rotação nas rádios-rock (‘Gotta Get Away’, ‘Come Out and Play’ e ‘Self Esteem’) e até ska (‘What Happened to You?’). As letras, acima da média, também merecem destaque.