Kurt Smells Like Teen Spirit: 20 anos sem Cobain

Posted by Camila Claro Category: Colaborações

Mil novecentos e noventa e um. Seattle. Grunge. Tudo cheira a espírito adolescente. Enquanto muitos “produtos musicais” faziam (e fazem) de tudo para conquistar um lugar em Hollywood, na calçada da fama, um cantor nascido em 20 de fevereiro de 1967 era predestinado ao sucesso, mesmo sem qualquer pretensão.

Assim como a vida de qualquer pessoa, a de Kurt Donald Cobain não foi diferente. Imerso em problemas familiares, sofrendo com a separação de seus pais e, principalmente, a ausência do pai e toda aquela “ladainha” adolescente, Kurt foi crescendo, crescendo, até um dia não conseguir parar de crescer.

Se o mundo tem em torno de sete bilhões e qualquer coisa de habitantes, nascidos antes, durante ou após sua morte, é certo que muitos deles foram e são influenciados até hoje pelas suas músicas, pelo Nirvana.

Um ícone e uma referência de várias gerações, Kurt e sua banda conseguem unir públicos de diferentes idades e épocas. É o que relata Gabriel Thomaz, guitarrista e vocalista e guitarrista dos Autoramas. “Fico muito feliz de ter um assunto que eu domino muito bem com os filhos dos meus amigos, e esse assunto é o Nirvana”, comenta ele.

Acompanhado de sua guitarra, o cantor de voz meio grunhida, cabelo bagunçado e moletom, formava a banda com Dave Grohl na bateria, e KristNovoselic no baixo. Este trio foi responsável por mais de 50 milhões de cópias de discos vendidas em todo o mundo. Com uma carreira intensa e personalidade forte, Kurt marcou a música, especialmente o rock para sempre. Hits como “Smells Like Teen Spirit” e “Come as You Are”, ambas do álbum “Nevermind” (de sua inesquecível capa do bebê e a nota de um dólar), lançado em 1991, ficaram eternizados. São os “hinos” do Nirvana.

Impossível não citar também “About a Girl”, “Polly”, “Lithium” e “In Bloom” que, embora façam parte de álbuns distintos, estão presentes nos últimos discos que foram relançados. Como por exemplo, o homônimo, de capa preta, de 2002, que conta com a primeira e inédita track “You Know You’re Right”. Provavelmente uma das últimas que Kurt escreveu antes de partir, em 1994.

Kurt Cobain no MTV Unplugged: Nirvana (Reprodução de internet)

Kurt Cobain no MTV Unplugged: Nirvana (Reprodução de internet)

Quando a banda chegou às paradas de sucesso do mundo todo, até os artistas que já estavam na estrada foram levados pelo Nirvana. Para Dado Villa-lobos, as músicas de Kurt Cobain foram altamente influenciáveis. “Fomos anteriores (Legião Urbana) ao Nirvana, mas quando apareceram e ouvi o ‘Bleach’ e o ‘Nevermind’, meus parâmetros e entendimento musical mudaram de rumo. ‘In Bloom’ bateu forte”, lembra o músico.

Quem conferiu de perto um pouco do que o Nirvana fez em sua existência, pode desfrutar de uma grande e inesquecível experiência. Gabriel Thomaz foi um deles. “Lembro perfeitamente quando o Nirvana estourou e vivi aquilo tudo intensamente…‘I Miss the Comfort in Being sad’”, conta ele fazendo menção à sua música favorita da banda.

O fato de estar sempre envolvido em discussões polêmicas por conta de seu comportamento durante os shows, como o hábito de quebrar instrumentos, equipamentos, palco, de se jogar no chão, se atirar na plateia, usar drogas e álcool, não interferiu em seu sucesso. Todos sabiam que seu negócio era fazer música e estar com ela. Ele não se importava para o que a mídia e as pessoas poderiam dizer. Críticos? Que nada! Ele simplesmente não ligava.

E, apesar de ter feito uma rápida passagem pela música, Kurt deixou seu nome cravado em cada pedaço deste planeta. Dado Villa-lobos se refere ao cantor de uma forma especial, quase mágica. “O legado da última força avassaladora do rock que passou pela Terra, raio, relâmpago que deixou marcas para a eternidade”, diz ele.

A verdade é que Kurt muito tem em comum com outros grandes cantores que fizeram parte do cenário do rock e da música em geral. Cobain deixou este mundo para fazer parte do legado eterno de músicos e artistas que nunca serão esquecidos. Não deve existir nada mais rock’n’roll do que isso. O cheiro de espírito adolescente que jamais será levado pelo vento. Jamais.

*O título do texto faz menção à forma que Kurt fora chamado pela sua amiga e ex-vocalista da banda “BikiniKill”, Kathleen Hanna. Ela escreveu na parede do cantor “Kurt Smells Like Teen Spirit” devido ao fato dele cheirar ao desodorante “Teen Spirit” que sua namorada da época usava.

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