Autoramas, BNegão e Plebe Rude fazem baile de surf music, groove e rock

Posted by Camila Claro Category: Colaborações

A noite de sábado era de baile na Lapa. O Circo Voador não estava cheio e, provavelmente, o que desanimara o público era a chuva. Chovia muito por volta das 23h e isso era apenas um detalhe, já que pelo visto o encontro da noite tinha o intuito mesmo de lavar. Lavar a alma. Beach Combers, Autoramas, BNegão e Plebe Rude eram os responsáveis pelo baile. Fãs de surf music, rock e groove puderam aproveitar os espaços livres para dançar à vontade. O clima era de muito prazer e satisfação. As pessoas emanavam energia boa. Isso é o que a boa música faz com as pessoas.

Autoramas no Circo Voador

Autoramas no Circo Voador

Não demorou muito até que, por volta das 23h30, os Beach Combers começassem o baile. Trajando uniformes típicos dos anos 60, a banda, que se formou no início de 2009, apresentou um surf music de muita qualidade. Bernar Gomma (guitarra), Guzz The Fuzz (baixo) e Lucas Leão (bateria) mostraram que não se trata de um grupo de releitura, e sim de originalidade. Canções como “Tudo Bem”, “Mistério do Catamarã” e “Rockstar da Lapa” são a prova de que o grupo brasileiro pode e deve surfar em ondas internacionais. Além de muito dançante, o baile dos caras também contava com um som pesado. Os Beach Combers garantiram muita diversão!

Beach Combers no Circo Voador

Beach Combers no Circo Voador

O DJ Edinho, que assumiu as picapes durante os intervalos, cuidava para que a chuva não desanimasse quem estava debaixo da lona do Circo. The Smiths, The Clash e outras bandas de rock dos anos 80 tiveram sua rápida participação na noite até que os Autoramas e BNegão pudessem penetrar pelas membranas timpânicas e transmitir a adorável combinação musical de RRRRRRROCK e groove. Juntos, Gabriel Thomaz (vocal e guitarra), Bacalhau (bateria), Flávia Couri (vocal e baixo) e BNegão reuniram sucessos de diversas bandas, além de canções próprias dos Autoramas.

Autoramas com BNegão no Circo Voador

Autoramas com BNegão no Circo Voador

Aliás, essa adorável união se deu por Roberto Frejat, que produziu o EP “Auto Boogie”. A aliança deste casamento rendeu boas tracks como“O Giro” e o mix do Planet Hemp, de “Queimando Tudo”, com “Walk on the Wild Side”, de Lou Reed, que ficou genial. Assim como foi conferido de perto no show, durante o cover de Earth, Wind &Fire, “Let’s Groove” e “Psycho”, dos The Sonics, que mostraram que boas combinações, não precisam ser tradicionais como arroz e feijão ou queijo e goiabada. Basta um toque de versatilidade dos Autoramas e BNegão para transformar uma noite chuvosa em um momento inesquecível. As clássicas “1,2,3,4” e “Você sabe” não ficaram de fora.

Antes que a Plebe Rude pudesse subir ao palco, o quarteto “boogiano” presenteou os fãs com “a música favorita do Bacalhau”, um cover espetacular de “Seek and Destroy” do Metallica, com BNegão na guitarra, que até despertou uma roda punk no meio da plateia. É, a chuva até poderia dar uma trégua, mas a boa música não. Ela não parava e, dessa vez, com o DJ que esquentava a galera com Nirvana e Dead Kennedys. Agora passava das 2h da manhã e finalmente a banda de Brasília aparecia. A noite seria fechada com chave de ouro.

Plebe Rude no Circo Voador

Plebe Rude no Circo Voador

Philippe Seabra (vocal e guitarra), Clemente (vocal e guitarra desde 2003), André X (baixo e backing vocal) e Txotxa(bateria), além de anunciarem o lançamento do novo disco para abril deste ano, tocaram músicas do primeiro EP da Plebe, lançado em 1985, “Manifesto O Concreto Já Rachou”, produzido por Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso. “Até Quando Esperar”, que encerrou a noite, “Proteção”, “Brasília” e “Minha Renda” foram cantadas pela plateia que estava nitidamente extasiada com o momento, que inclusive combina com os conflitos políticos, econômicos e sociais do país na atualidade. Uma das marcas mais fortes das músicas da Plebe Rude são suas letras.“Pressão Social” e “Discórdia” também animaram o show que contou com a participação especial do BNegão. A banda irá lançar um documentário ainda este ano, o “Plebe Ignara”.

Este é o Circo Voador, cenário de espetáculos incríveis, como este. Os nascidos entre os anos 70 e 80 puderam vivenciar com muito luxo um baile original à sua época.

 

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