Que rua, chuva e fazenda que nada! Nas gravações do disco “Romances Urbanos”, que Hyldon apresentará no Teatro Rival Petrobras na próxima quarta-feira (19/03), com participação de Zeca Baleiro, Bebeto e Serjão Loroza, o soulman só quis saber de estrada, Sol e festas (ou baladas, caso o leitor seja de São Paulo)… e bem acompanhado de muitos amigos. Oitavo de carreira do músico que explodiu na década de 70 com “Na Rua, na Chuva, na Fazenda”, “As Dores do Mundo” e “Na Sombra de uma Árvore” (sem considerar as coletâneas e os projetos infantis), o novo álbum reúne 12 canções que formam a trilha sonora do passeio por uma cidade imaginária proposto ao ouvinte.
“O disco tem um conceito e fiz uma espécie de roteiro. O cara chega na cidade e vai vivendo muitas coisas lá: paixões, amores, perdas e festas. Tem várias festas entremeando o disco”, conta Hyldon.
Parceria de Hyldon com Zeca Baleiro, “No Fim da Estrada Tem uma Cidade” abre o álbum e leva o ouvinte ao local da visita. A despedida fica com “Romance Casual”, uma música ao estilo Monobloco, composta com Pedro Luís, que fala da partida de trem. Hyldon canta emoções em faixas como “O Velho e o Novo Amor”, uma parceria com Hanna Guerra, e em “Tempo, Tempinho, Tempão”, dele com Arnaldo Antunes.
“Uma das mais bonitas do disco é uma parceria que fiz com Sérgio Natureza, depois de encontrá-lo num show de Hermeto Pascoal, chamada ‘Lua Nova’. Tem também uma parceria com Jorge Vercilo super romântica, a ‘Meu Sol’. Jogamos pelada juntos no campo do Chico (Buarque). Um dia, levei uma música que comecei e não consegui terminar e ele adorou. Ficou linda”, comenta.
Entre uma romântica e outra, Hyldon brinca com “O tombo”, um forró pop composto com Arnaldo Antunes e Céu – que foi gravado com o acordeon de Marcelo Jeneci, a guitarra de Kassin e o cavaco de Alceu Maia – e se diverte em festas de todos os tipos. “Pista Perigosa” é balada “playboy”, segundo Hyldon. Composição dele com Leo Cavalcanti, a letra chegou via o expoente da nova geração da música e o ritmo (o rock) foi ideia do soulman. “Foi no Baile Black” tem história:
“Fui lá pro Capão Redondo, em São Paulo, fiz show com Mano Brown e, depois, com Dexter compusemos essa música. O tema nasceu durante uma conversa sobre bailes antigos. Essa música vai ser a primeira a ganhar clipe e grande parte da gravação rolou no baile charme de Madureira.”
A cereja do bolo é a “Festa do Síndico”, uma homenagem a Tim Maia com direito à participação de Serjão Loroza nos vocais e quatro responsáveis pelo metais da Vitória Régia, banda que acompanhava o Síndico. “Achei que o Serjão, com aquele vozeirão, era a melhor pessoa pra representar o Tim, a quem decidi fazer essa homenagem. Tentamos fazer uma música com o groove que ele tinha”, conta Hyldon.
As outras participações vocais do disco são Giulia Costa em “Como Num filme” e Roberta Spindel em “O Velho e o Novo Amor”, que ganhou clarinete de Ruy Alvim. “Revanche” é a única regravação de “Romances Urbanos”: “Essa música foi gravada por Leo Maia e começou a fazer sucesso. Onde eu vou, as pessoas pedem pra eu tocar. Aí decidi fazer a minha leitura dessa minha parceria com Jorge Ailton, um baixista que toca com Lulu Santos, mas tem um trabalho próprio ótimo.”
No show, Hyldon será acompanhado por Arthur de Palla (baixo), Felipe Marques (bateria), Huguinho Tavares (guitarra), Leo de Freitas (teclado), Diogo Gomes (trumpete), Marlon Sette (trombone) e Rodrigo Revelles (sax e flauta). No palco, ele convidará o parceiro Zeca Baleiro, além de Serjão Loroza e Bebeto. “Serjão é o grande representante da black music brasileira e Bebeto, o rei do samba rock. Vou fazer duas ou três músicas com cada um”, avisa.
Para quem ficou curioso, é melhor programar uma viagem à cidade criada por Hyldon. O show de lançamento de “Romances Urbanos” começa às 19h30, com ingressos entre R$ 25 (Estudante/idoso/professor da rede Municipal) e 50 (inteira) ou R$ 35 (200 primeiros pagantes). Sejam “bem-vindos a Hyldonópolis”!
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