Passando por Laranjeiras, ontem, vi uma vaga colada à barraquinha de cachorro quente que fica na esquina da General Glicério. Decidi parar para lembrar os velhos tempos em que consumia o lanche pelo menos uma vez por semana, sempre acompanhada da amiga Suzana Lenzi, na volta das aulas na CAL para casa (andávamos da escola na Rua das Laranjeiras até o ponto do 996, que era no Largo do Machado, para pegar o busão pra Niterói). Custava R$ 2. Estacionei, fechei o carro (que este mês perdeu sua vaga no estacionamento perto de casa porque houve um aumento de quase 100% em menos de um ano e meio) e fui até lá.
– Quanto custa o cachorro quente? – perguntei.
– Oito reais! – respondeu o moço.
– O de linguiça? O de salsicha? Oito reais? Tá, obrigada! – tentei responder, meio atordoada.
Lembrei da infância. Em tempos de vacas mais magras, quando eu e meu irmão pedíamos para comer Hamburger com Coca no Big Burger (de Niterói), minha mãe respondia: “Que hamburger e Coca, o quê! Tem Mirabel e Mate em casa!”
E, humildemente, voltei para o carro, agradeci pela vaga, mas pau da vida por ter “queimado o cartucho” que a Nossa Senhora das Vagas me deu (porque sabia que, quando chegasse na minha rua, não teria a mesma sorte… E de fato acabei parando super longe), e fui embora lanchar em casa.
Sou mestranda, free-lancer e tá foda viver nesse Rio $urreal. Ainda mais depois de quase dois meses na Ásia. Ah, o “hot dog” em Nova York (onde fiz escala) continua custando US$ 2 (menos de oito reais).
- A foto é de um hot dog estadunidense.