Marianna Machado trocou a veterinária pela música e, nesta terça-feira (15/10), vai deixar Macaé para subir ao palco do teatro Solar de Botafogo. A cantora e compositora apaixonada por animais apresenta o repertório do seu disco de estreia, “Coisas Bonitas”. Além de canções que celebram os quatro elementos da natureza (Fogo, Água, Terra e Ar), a artista da região litorânea do Rio de Janeiro incluiu no disco uma parceria de Suely Mesquita e Lucina. No show, que começa às 21h, ela levará ainda releituras que tem a ver com sua formação musical.
Fale um pouco da sua origem e do seu primeiro contato com a música.
Sou de Macaé, cidade da região litorânea do Estado do Rio de Janeiro. Nessa terra estão minhas raízes e o início da minha relação com a música. Foi na companhia dos meus pais que conheci a música de muitos artistas que foram e são referências pra mim. Desde pequena, sempre fui muito seduzida pela música. Sempre ouvindo, cantarolando, dançando, assoviando… e, como sempre adorei acompanhar meu pai na lida na fazenda, também dizia que queria ser veterinária. Então, na época do vestibular, eu já estava em dúvida entre as dois caminhos. Acabei optando pela veterinária, pois para prestar vestibular era preciso ter alguns conhecimentos específicos para música, os quais não possuía. Me formei em Veterinária, profissão que respeito e admiro. Mas percebi que poderia também ter a música em minha vida de uma forma mais frequente.
Como decidiu trocar de profissão e como foi essa mudança, radical ou aos poucos?
Isso foi acontecendo naturalmente em minha vida, até porque são duas atividades que me dão prazer! E ainda consigo conciliar as duas. Em 2005, comecei a fazer aulas de canto em Macaé com a professora Glória Calvente e, através dessas aulas, fiz amigos que também tinham outras profissões e eram apaixonados por música. Então, desses encontros surgiu em 2006 a Macaíba, minha primeira banda com meus amigos Adriano e Guilherme. À partir daí a música foi tomando cada vez mais espaço em minha vida. Começou a surgir a vontade de gravar um CD. Depois, passei a fazer aulas de canto com a Suely Mesquita e esse (bem resumidamente) foi o início do processo que resultou em “Coisas Bonitas”.
Quais são as maiores influências musicais suas e as que mais te inspiraram para compor o repertório desse CD?
Como disse anteriormente, herdei dos meus pais minhas primeiras e mais fortes influências da Música Popular Brasileira: Gonzagão, Milton Nascimento, Roberto Carlos, Clara Nunes, Elis Regina, Sérgio Reis, Tom Jobim, Gonzaguinha, Gilberto Gil, Beth Carvalho, Chico Buarque, Maria Bethania, Djavan, Dorival Caymmi, Alcione, Sandra de Sá, Jorge Ben Jor e muitos, muitos outros! Mencionando referências internacionais, adoro Michael Jackson, Sarah Vaughn, Stevie Wonder, Ella Fitzgerald e mais alguns.
Quanto à escolha do repertório do CD, meu critério foi bem simples e subjetivo: o de me apaixonar à primeira audição pelas músicas. E acredito que inserido nessa subjetividade, está presente todo esse eclético gosto musical.
Fale da parceria com Suely Mesquita e Lucina.
Na verdade, não há parceria minha com elas. O que fizemos no CD foi um medley, onde a minha música “Deus da Saudade” inicia a faixa 3 e, em sequência, vem a música da Suely Mesquita e da Lucina, “Céu e Mar”. Percebi que o mote da saudade era presente nas duas canções e que poderia ficar interessante uni-las.
E Marco Jabu, quem é ele para você?
Em 2006, conheci o Marco Jabu em Macaé através de um casal amigo meu, a Beth e o Adriano. Amizades que vieram através da música. Marcão é um grande amigo, compositor talentosíssimo. Me lembro muito bem da primeira vez que ouvi “Chove”. Já sabia que queria gravar um CD, mas não tinha a mínima ideia de quando isso aconteceria. No entanto, tinha certeza de que “Chove” estaria no repertório. Depois conheci “Maria Planeta” e “Cabeça D’água” e, mais uma vez, me apaixonei à primeira audição!
Quando escrevi “Santos e Orixás” e depois não conseguia colocar a melodia da segunda parte da música, foi a ele que pedi ajuda. E assim nasceu minha primeira composição e parceria. Salve Marco Jabu!
Comente os temas que abordou no repertório desse disco?
São temas que têm significado forte pra mim e que estão presentes na vida de todos nós. Amor, alegria, saudade, entrega, desapego, tristeza, sensualidade e fé. Fiquei emocionada ao perceber a presença dos quatro elementos fundamentais da natureza no CD, na forma como cantei e senti as canções. Acredito que temos em nós a beleza do Fogo, a fluidez da Água, a força da Terra e a leveza do Ar. Estamos conectados a esses elementos além daquilo que percebemos.
Como vai ser o show de lançamento (quais instrumentistas, qual repertório, alguma releitura, alguma curiosidade)?
Tem a direção geral da Suely Mesquita e direção musical do Eugenio Dale. A banda é formada por Eugenio Dale (Violão/Guitarra/Vocais), Caio Barreto (Guitarra), Junior Muniz (Baixo/Vocais), Rodrigo Pacato (Percussão) e Rafael Maia (Bateria). O show está bem dinâmico, com praticamente todas as músicas do CD e colocamos algumas releituras como, por exemplo, “Vem Morena” e “Andar com Fé”. Aliás, há mais algumas releituras, mas não posso estragar a surpresa… rs. Quem for assistir, vai entender do que estou falando!