Ellen Oléria: ‘Fui posta num lugar de responsabilidade’

Posted by Chris Fuscaldo Category: Entrevistas

Ellen OlériaEllen Oléria não é só a maior voz do Brasil, segundo aqueles que a escolheram como vencedora da primeira edição do The Voice, como também é um ótimo papo. Em uma entrevista por telefone, que acabou virando uma conversa, a cantora esbanjou simpatia e simplicidade ao falar sobre sua história, sua formação musical, o CD que marca sua estreia em uma grande gravadora (Universal) e o show que fará de lançamento desse novo trabalho nesta sexta-feira (19/07). No palco do Studio RJ (Av. Vieira Souto, 110,  Arpoado – Tel.:  21.2523-1204), ela apresentará canções que a levaram a ganhar o primeiro lugar no programa da TV Globo, além de músicas suas presentes no repertório do disco homônimo.

“O show vai ser como o álbum, que faz um apanhado de vários momentos da carreira, não só como intérprete, mas também como compositora. A diferença é que, para o disco, eu basicamente escrevo e canto e, no show, vou ter a oportunidade de tocar violão, viola e percussão. A intenção é levar muita poesia e as levadas envolventes dessa galera de Brasília, lugar que tem fama de exportar excelentes instrumentistas. Tirando o Alessandro de Adão, que é manauara, todos os músicos da minha banda são brasilienses: o baterista Célio Maciel, o tecladista Felipe Viegas, o percussionista Léo Barbosa e o Pedro, um garoto de 20 anos que tem uma mente super criativa e instigante, que toca guitarra e assina a direção”, contou.

Esse não vai ser o primeiro show de Ellen Oléria no Rio de Janeiro, onde ficou confinada durante o processo de preparação para a disputa com outros cantores, nem é o primeiro disco que ela lança na vida. O desafio, agora, está na retribuição aos fãs e na manutenção do sucesso que o The Voice proporcionou para a cantora criada em Chaparral, região de Taguatinga, que fica tão perto da Ceilândia, no Distrito Federal, que ela chama a região de “Tailândia” (e calma, gente, pois ela não tem nada a ver com o João de Santo Cristo de “Faroeste Caboclo”, a canção de Renato Russo). Com três discos lançados anteriormente à frente das bandas Pret.utu e Soatá e experiência em turnês com as mesmas, Ellen está sentindo na pele a diferença entre ser uma artista independente e ter empresas por trás dando “aquela” força:

Ellen Oléria“Ser independente é ser muito dependente! Precisamos de ajuda aqui e acolá. É o amigo que grava de graça, o outro que ajuda a marcar shows… Com as bandas, gravei três discos, fizemos amigos, tocamos de Norte a Sul do país. Através do The Voice, acho que consegui levar nossas pesquisas a um número maior de pessoas. A exposição midiática fez muito mais gente ouvir minha voz. Essa mega proporção que a TV dá é incomparável com a a de qualquer outra mídia. Me sagrei vencedora numa mostra competitiva, repleta de artistas de alto quilate, por voto popular. Isso é uma grande responsabilidade e não só um momento de celebração. Tenho convicção de que fui posta num lugar de responsabilidade”.

Os fãs que aparecem no Studio RJ e aqueles que comprarem o CD vão ter a oportunidade de ouvir novamente Ellen Oléria cantando “Zumbi” e “Taj Mahal” (Jorge Ben Jor), “Maria Maria” (Milton Nascimento) e “Anunciação” (Alceu Valença). Dela, estarão no show “Córrego Rico”, “Linhas de Nazca” e “Testando”. Tirada do baú, “Nuvem Passageira” está no disco e no roteiro:

“Ela foi sucesso quando a gente nem era nascida e é uma música forte até hoje. O autor, Hermes Aquino, viu uma interpretação minha dessa música num programa da TV e me escreveu. Eu trocava ideia com ele por e-mail! Que viagem!”

Ellen ficou muito satisfeita com o trabalho feito por Daniel Silveira e Paul Ralphes (direção artística) e Alexandre Castilho e Torcuato Mariano (direção nas faixas “Nuvem Passageira” e “Zumbi”): “Eu nunca tinha tido esse envolvimento com tantas pessoas decidindo junto comigo nos processos e tive uma grata surpresa. A ideia era tentar dar lugar pra a nossa expressão como artista sem abandonar as coisas que nos levaram a essa oportunidade. Na TV, em um minuto e meio de execução, de som, eu estava entrando em milhões de residências de famílias distintas, de religiões, faixas etárias e etnias diferentes. O programa acabou e os fãs ficaram órfãos dos encontros. A intenção era deixar no disco a possibilidade para um novo encontro.”

Felicidade também foi poder trazer Carlinhos Brown, comandante do seu time no reality show, para o disco: o baiano participa em “Aqui é o País do Futebol”, de Milton a Fernando Brant. “Muito bom reencontrar Brown, que foi meu curinga da sorte durante o processo do programa e muito antes, apesar de ele não saber há quanto tempo andava comigo. Brown sempre foi referência pra mim. É um artista com uma produção que extrapola a canção. E ainda admiro muito a função dele como agitador cultural na Bahia e seu envolvimento com as questões sociais de lá. Tudo isso me inspira muito! Fora isso, ainda acho ele um produtor assombroso: tudo em que ele põe mão, deslancha”, comentou a cantora, que já deslanchou.

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