24º Prêmio da Música Brasileira encerra turnê em grande estilo no Rio

Posted by Isabela de Sousa Category: Colaborações

Terminou neste 10 de julho, quarta-feira, a turnê do 24º Prêmio da Música Brasileira que passou pelos estados do Maranhão, Pará, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais. O local escolhido para a cerimônia final foi a Grande Sala da (recém-inaugurada) Cidade das Artes, na Barra da Tijuca. Apesar da quarta-feira fria, o público compareceu em peso. Para abrir a noite, Zé Maurício Machline, o idealizador do prêmio, agradeceu a todos os presentes e ao apoio da Vale, lembrando como é importante eventos como esse que agraciam e reconhecem os artistas da nossa música. A apresentação ficou por conta do ator Murilo Rosa, que falou sobre a importância do homenageado do ano: Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim.

Prêmio de Música Brasileira 3Tom Jobim, como dizia o texto, foi considerado o “melhor compositor do mundo” por Frank Sinatra e ajudou a espalhar a música brasileira por todos os continentes. “Garota de Ipanema” continua sendo uma das mais tocadas do planeta, ficando atrás apenas de “Yesterday”, dos Beatles. Para demonstrar a brasilidade nas letras de Tom, a cantora Adriana Calcanhotto abriu o show com um set de ode às maravilhas do Rio que Tom e seus parceiros tanto amavam. Adriana começou cantando “Ela é Carioca” e, na sequência, comentou como estava honrada de ter participado do projeto e brinca com o fato de estarem na cidade, o que significava que iria dormir em casa. Seguindo com o show, a cantora também disse que “se Tom é o melhor compositor do mundo, esses são os melhores músicos do Sistema Solar”, fazendo referência à banda super afinada que executava as canções. Na sequência veio “Corcovado”, “Estrada do Sol” e um banquinho e um violão que a cantora usou para apresentar “Eu Sei Que Vou te Amar”, acompanhada por um coro emocionado do público.

A segunda parte ficou por conta do cantor Zé Renato, apresentado como um cantor “profundo, não triste, já que triste é não cantar”. Para introduzir sua apresentação, Murilo Rosa falou sobre as comparações que sempre foram feitas entre o jazz e a bossa nova: o jazz é harmônico, a bossa nova melódica; o jazz é técnica, enquanto a bossa nova é um banquinho e um violão. Zé Renato cantou “Por Causa de Você”, “Garota de Ipanema”, “Inútil Paisagem” e “Samba do Avião”. A terceira voz a cantar Tom Jobim foi a cantora Roberta Sá, introduzida pelo tema de amor nas canções do músico. A música que abriu seu set foi “Insensatez”, muito aplaudida diante da interpretação visceral da sambista. Roberta cantou ainda “Sabiá”, “Brigas Nunca Mais” e “Você Vai Ver”.

A quarta parte falava sobre as influências literárias no repertório de Tom. Era a vez de Zélia Duncan: a cantora, estudante de Letras, acabou deixando a vida acadêmica um pouco de lado no começo da carreira, já que a rotina de música estava atrapalhando a sua relação com a literatura. Zélia cantou “Triste”, “Desafinado”, “Luiza” e “Meditação”. Ainda se apresentado, a cantora, que voltou a estudar depois de famosa, comentou sobre como foi viajar com a turnê enquanto aconteciam manifestações no país; disse que achava transgressor cantar canções tão notáveis de um cidadão que tinha “brasileiro” até no nome.

Prêmio de Música Brasileira 1Mais adiante veio a apresentação de João Bosco. O músico, que já faz parte da história do festival e foi o homenageado do ano passado, falou sobre as influências de Tom. Em 1972, ele mesmo era apresentado como novo artista na música popular brasileira por um projeto do jornal “O Pasquim”, que lançava discos que traziam de um lado uma novidade e, do outro, um artista consagrado: do lado B havia uma canção sua, e do lado A Tom Jobim lançava “Águas de Março”. João cantou ainda “Dindi”, “Chega de Saudade” e “Ligia”.

Para fechar a noite houve parceria entre os intérpretes: João Bosco e Zé Renato cantaram “Teresa da Praia”, com direito à dança entre com os outros convidados. Adriana Calcanhotto e Zélia Duncan cantaram “Outra Vez” e Roberta Sá e Zé Renato, “Eu te Amo”. Para fechar a noite, todos subiram ao palco (inclusive o apresentador, Murilo Rosa) para cantar “Se Todos no Mundo Fossem Iguais à Você”, acompanhados e muito aplaudidos pelo público, que agradecia à cerimônia e ao grande mestre Tom Jobim.

 

 

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