Além de grandes amigos, BNegão e Gabriel Thomaz são dois nomes de peso da cena alternativa. O primeiro é conhecido por divulgar o rap, o funk e o soul ao seu estilo. O outro é líder da banda Autoramas, uma das poucas de rock que consegue se manter em constante atividade desde 1997 sem estar vinculada a uma gravadora ou produtora tradicional. Correndo, cada um com seu trabalho, por casas de shows e festivais do Brasil e de outros países, os dois vão apresentar pela primeira vez no Rio de Janeiro o show que montaram juntos no ano passado. O palco será o Sunset, no Rock in Rio.
“BNegão e Autoramas! Essa é uma parada que nos juntamos para fazer no ano passado e saíram shows históricos. No Rock in Rio, vai ser clássico. Só estando ali para ver, porque vai ser uma coisa diferente e única”, avisa BNegão.
Baterista do Autoramas, Bacalhau foi o dono das baquetas do Planet Hemp quando BNegão dividia o microfone com Marcelo D2. Nesta época, Gabriel era líder da banda Little Quail e amigo de B. Tanto BNegão quanto o Autoramas já tocaram no festival de Roberto Medina. O rapper se apresentou com o Matanza no ano retrasado. Já a banda levou o repertório de seu primeiro disco, “Stress, Depressão + Síndrome do Pânico”, ao Rock in Rio III, em 2001. O show que apresentarão no dia 14 de setembro vai misturar os gostos musicais: enquanto B ensaia canções de rock, a trupe de Gabriel escolheu uns funks para apresentar.
“Sendo funk ou rock, todas são músicas que têm a ver com nossa trajetória de alguma forma. É lindo ver o B cantando ‘Psycho’, do Sonics, ou ‘Private Idaho’, do B-52’s, músicas preferidas nossas, que têm a ver com nosso estilo e que ele escolheu e arrebenta cantando. Nos acostumamos a ver o B fazendo rap, mas ele detona nas músicas mais melódicas. Nos anos 90, fizemos uma jam session do Little Quail com o Planet Hemp e tocamos ‘Let’s Groove’, do Earth, Wind & Fire. Lembramos disso e resolvemos colocá-la no repertório. Algumas do Planet estão no roteiro. Em ‘Queimando Tudo’, minha música preferida deles, sou eu que faço o rap”, adianta Gabriel.
O show compartilhado foi possível depois da arrecadação de fundos via crowdfunding. A cidade escolhida para a estreia foi São Paulo, mas logo os parceiros estavam rodando o país. Até agora, fizeram cerca de 10 shows, em Belo Horizonte, Vitória da Conquista, Brasília, Porto Alegre, São Leopoldo, Joinville e outros lugares.