Parece uma combinação de fatores para um momento de relaxamento. Uma voz suave, um cenário aconchegante – com janelas, arranjos de flores e uma iluminação indicando o passar do dia, com cenas como a do entardecer – e letras que falam de paz e procuram nas miudezas natureza – quase como na poesia de Manoel de Barros – compuseram o show de lançamento do CD “Como eu Guardo as Poesias” de Laura Zandonadi.
Com um despretensioso crowdfounding, a cantora niteroiense recebeu o apoio de 116 pessoas, que possibilitaram a gravação o seu primeiro disco autoral. O resultado foi apresentado no dia 20 de maio, no Teatro Municipal da sua cidade natal, em um show que contou com, além das faixas do CD, músicas que marcaram suas parcerias com outros compositores. O sucesso chegou aos ouvidos da coordenadora de projetos culturais do Ibeu e Laura se apresentará nesta quinta-feira (20/06), no espaço em Copacabana. Além dos músicos Thaizinho Costa (baixo), Fabio Fontoura (bateria), Rafael Tavares (violão) e Leandro Bronze (guitarra), o segundo show deste disco contará ainda com a participação do cantor e compositor Qinho.
Sobre o disco
O caráter autoral do trabalho não deixa de lado as parcerias. “Ter Alegria em Compartilhar”, diz um de seus versos. Parece que é isso: ao dividir as impressões e ideias sobre a vida com alguém, ela consegue traduzir com simplicidade o que pensa. “Como eu Guardo as Poesias” revela a intimidade de Laura com a forma de se expressar através da composição.
A faixa-título, que é fruto de uma parceria com a poeta Mariana Magno, descreve bem o processo criativo da cantora de 26 anos. Intérprete desde os 16, durante quase uma década ela vinha compondo e guardando seus escritos em um caderninho. A censura em relação à qualidade do que produzia foi amenizada quando leu os versos de Mariana. “Tenho muita poesia aqui guardada/ Todas elas em papel eu escrevi/ Pra chegarem com o vento até você/ Foi na beira da janela que deixei” a encorajou. E, como na música, em que as poesias guardadas são lançadas para o mundo, Laura Zandonadi utiliza a sua bela voz para transmitir, agora, o que ela sente.
O convite para um segundo show animou a intérprete, que tem como meta fazer pelo menos um show por mês para divulgar o disco.