Sylvio Fraga Trio lança álbum de estreia com músicas feitas em NY

Sylvio FragaO Sylvio Fraga Trio lança nesta segunda-feira (10/06) seu álbum de estreia, “Rosto”, com 12 faixas inéditas compostas por Sylvio Fraga, algumas com a colaboração de parceiros. Gravado no Rio de Janeiro e com a participação especial de José Arimatéa (trompete e flugelhorn), transparecem no conjunto das músicas a liberdade criativa e os arranjos bem construídos. O trio foi formado durante as férias do Sylvio enquanto ele fazia mestrado em poesia em Nova York – foi nesse período que ele compôs a maioria das músicas do disco. Ao voltar definitivamente para o Rio, em maio de 2012, o trio teve mais tempo para se dedicar aos arranjos e à concepção de cada música, gravando o primeiro disco de forma independente, na tranqüilidade de um estúdio caseiro.

Formado por Sylvio Fraga (voz, violão e guitarra), Marcio Loureiro (baixo elétrico) e Mac Willian Caetano (bateria), o trio disponibilizará o disco para download gratuito (clique aqui) nesta segunda. A partir de julho haverá o lançamento do disco físico, que será distribuído pela Bolacha Discos e celebrado com shows no Rio, em São Paulo e em Belo Horizonte. A primeira faixa, que une as composições Máquina do tempo e Bola de feel gude, sintetiza o que vem pela frente. A primeira é movimentada e pulsante, com camadas rítmicas e melódicas que desembocam numa letra sucinta e instigante. A segunda trabalha espaços vazios, uma harmonia que se desloca e uma letra narrativa. O humor é presente na groovada “Embalo” e a última canção do disco, “Circus”, que tem letra de Pedro Dias Carneiro, atravessa diferentes climas até apresentar um coro masculino que canta, como numa queixa sofrida, “Ai ai o amor, / só quem vai sem pensar / encontrou. / Se não arde, ai o amor,/ sem coragem não há / nem se for.”

O álbum traz as seguintes faixas: Máquina do Tempo (Sylvio Fraga / Marcio Loureiro) / Bola de Feel Gude (Sylvio Fraga); Barata Voa (Sylvio Fraga); Norte (Sylvio Fraga); Embalo (Sylvio Fraga); Sanhaço (Sylvio Fraga); Nova Três (Sylvio Fraga); Balé (Sylvio Fraga); Taba (Sylvio Fraga / Pedro Dias Carneiro); Diário do Migué (Sylvio Fraga / Pedro Dias Carneiro); Cada Rastro Será Gesso (Sylvio Fraga / Mac Willian Caetano); Galo (Sylvio Fraga / Pedro Dias Carneiro); Circus (Sylvio Fraga / Pedro Dias Carneiro).

Sylvio Fraga por João AtalaComo você resume o clima de “Rosto”, seu disco de estreia? 

Não sei bem qual é o clima. O poeta norte-americano Matthew Zapruder, falando de um esquilo, define bem a busca do trio por esse clima: “que ele possa / encontrar exatamente o que precisa, pois / é isso o que ele procura.” As composições são diferentes entre si e o disco tem um jeitão de “power trio”, mas com violão com corda de nylon — sem receio de cair no rock ou groove e sem medo de tirar a mão e fazer uma coisa mais enxuto.

Por que escolheu gravar o álbum em trio?

Por causa da minha vontade de liderar e ter algum controle sobre o processo de criação de arranjo. Eu não teria como escrever para uma big band, nem lidar com tanta gente, por falta de experiência e conhecimento. Me estimulou muito a ideia de extrair o máximo das poucas ferramentas. E um trio pode soar grande.

Qual é o conceito da capa?

Sempre fui muito ligado ao mato, sempre gostei de buscar inspiração na floresta, andando com meus cachorros, carregando o violão. Minha música não é bucólica, mas o mato foi minha primeira fonte de inspiração (junto com o amor) para escrever e compor. E prefiro que esse meu primeiro rosto como compositor esteja mais nas minhas canções do que no meu próprio rosto.

Além desse disco, soube que você está para lançar dois livros de poesia. O que pode adiantar sobre esses títulos pra gente?

O primeiro é um livro de tradução de poesia. Durante meu mestrado em NY tive a oportunidade de conhecer mais ou menos de perto a incrível produção poética de lá. Então resolvi traduzir os três poetas que mais me causaram impacto. O título é: O andar ao lado: três novos poetas dos Estados Unidos. Vai sair agora em julho pela editora 7 Letras.

O outro livro será meu segundo livro de poemas, também pela 7 Letras. Mas ainda não terminei a revisão. Deve sair antes do final do ano. Por enquanto o título é Solo de Base.

Você é formado em economia, mas optou por viver de história da arte, poesia e, agora, música. O que motivou essa mudança e há quanto tempo?

Quando comecei a PUC eu já escrevia e compunha, mas não sabia que essas atividades poderiam ser minha profissão, minha dedicação exclusiva. Só no meio da faculdade me dei conta disso mas achei melhor pegar o diploma na possibilidade fazer pós-graduação em poesia ou em história da arte. Na verdade a economia nunca teve chance. Amo história da arte, mas vivo pela poesia e pela música.

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