O sucesso bateu à porta de Alceu Valença na década de 80, apesar de ter chegado ao Rio bem antes e já ter experimentado algumas gravações: com Geraldo Azevedo no álbum “Quadrafônico” (1972) e com Sérgio Ricardo em “A Noite do Espantalho” (1974), além das incursões solo com “Molhado de Suor” (1974), “Vivo” (1976) e “Espelho Cristalino” (1977). Logo depois de explodir com “Coração Bobo” (1980), ele gravou três álbuns que estão sendo resgatados pela série Três Tons: “Cinco Sentidos” (1981), “Anjo Avesso” (1983) e “Mágico” (1984). Lançados originalmente pelo selo Ariola, os discos nunca haviam sido editados no formato CD e, agora, chegam às lojas, pela Universal, remasterizados e com o encarte reproduzindo a arte gráfica original.
“Cinco Sentidos” teve direção artística de Mazola e traz nove músicas menos conhecidas do grande público, entre elas “Cabelo no Pente” e “Arreio de Prata”. Homenageando as tradições de seu Pernambuco, o músico aparece com trajes de maracatu na capa de “Anjo Avesso” e apresenta uma canção obrigatória no repertório até hoje: “Anunciação”. Clementina de Jesus participa em “Batendo Tambor”. Editado pela Barclay, nome dado a Ariola quando o selo foi vendido por Mazola para a Polygram, em 1984, o disco “Mágico” foi gravado na Holanda e traz as não muito populares “Dia Branco” e “Rajada de Vento”, entre outras. Cada CD traz nove faixas, todas raras. Vale a pena viajar o tempo.