Convidada a falar sobre as ações do Rock in Rio no seminário “Gestão para a Sustentabilidade de Eventos”, realizado no Auditório RDC da PUC-Rio na última quarta-feira (20/03), Roberta Medina começou sua palestra brincando: “Não tem como ser sustentável reunir 100 mil pessoas em 12 horas de evento, né?” O que a vice-presidente do Rock in Rio quis dizer – e foi isso que explicou logo depois – é que a organização do festival vem buscando ser cada vez mais sustentável, mas a tarefa não é fácil.
“Não entendemos do assunto, mas estamos estudando para vencer os desafios. Em 2001, era feio dizer que ajudava, porque parecia que a gente queria aparecer com isso. Mas essa comunicação foi uma decisão pessoal de um homem que entendia que a nossa marca tinha responsabilidade de se comunicar. Surgiu então o projeto social que chamamos de ‘Por um Mundo Melhor’. Não temos como fazer do festival 100% sustentável, mas a gente apoia causas”, disse Roberta.
A vice-presidente do Rock in Rio foi recebida pelo Padre Josáfá Carlos de Siqueira S.J., reitor da PUC, e dividiu a mesa com Tania Braga, gerente de Sustentabilidade e Legados do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016, e com Sérgio Besserman Vianna, presidente da Câmara Técnica de Desenvolvimento Sustentável do Rio de Janeiro e professor da PUC-Rio. Segundo o Padre Josáfá, o que levou a Agência PUC-Rio de Inovação a realizar o seminário foi a preocupação com a ética em relação ao meio ambiente.
“O Rio de Janeiro está virando cada vez mais uma cidade de grandes eventos. Os eventos têm caráter provisório e precisam respeitar os processos ambientais da cidade. Fiquei chocado no Carnaval! As pessoas esqueceram desses processos. Como esse é um momento muito rico para nós, precisamos nos preparar, porque essa mudança de agenda significa também uma mudança de comportamento e de mentalidade”, declarou o reitor da PUC na abertura do evento.
Primeira a expor suas ideias sobre o assunto, Roberta apresentou um vídeo contando a história do Rock in Rio e, depois, uma apresentação com os números gerados pela campanha “Por um Mundo Melhor”:
“Temos hoje mais de 3 mil jovens formados, 143 mil árvores plantadas, salas de aulas construídas em comunidades, salas sensoriais e projetos financiados pela Unesco. Ganhamos, em Portugal, o prêmio Energy Globe Awards, e disputamos com 811 projetos de diversos países. Nosso projeto não é ambientalista. O que queremos é provocar o mercado, servir de exemplo e usar esse glamour que o evento tem para falar dessa temática e chamar a atenção das pessoas”, contou Roberta.
Ela contou que, na edição 2011 do festival, uma das estratégias para arrecadar um montante que seria revertido para causas sociais funcionou muito bem: foi colocado um selo na lata de refrigerante que custava R$ 0,10 a mais do que a latinha que não tinha a estampa “Por um Mundo Melhor”.
“Foi só dizer que aqueles R$ 0,10 ajudariam alguém que 80% das pessoas compraram a lata mais cara”, brincou.
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