Nevilton é o nome de uma banda que saiu de Umuarama, cidade de 100 mil habitantes ao noroeste do Paraná, e conquistou seu espaço na cena musical. Nevilton de Alencar (voz e guitarra), Tiago “Lobão” Inforzato (baixo e vocais) e Eder Chapolla (bateria e vocais) não lançaram um disco por uma gravadora multinacional nem entraram no line-up de algum grande festival. Ainda não. E, mesmo se algo assim não acontecer, já dá para dizer que em pouco tempo o power trio fez bastante coisa. Desde 2007 na estrada e lançando o álbum “Sacode” pelo selo Oi Música, o trio é um grande exemplo e incentivo para outros músicos que seguem tentando seu lugar ao Sol.
“Começamos com a iniciativa do do it yourself. Sabíamos que, em Umuarama, não tem onde tocar, não rola movimentação cultural. A gente enviava material para concursos, fazia nossas próprias festas e levava bandas de fora. Essas bandas acabavam levando a gente para outros lugares. Ganhamos um concurso da Ray Ban, um da Levi’s e aparecemos entre os melhores discos da revista Rolling Stone (com o EP ‘Pressuposto’). Esses pequenos passos somaram”, explica Nevilton, o vocalista.
Para que a Nevilton se tornasse uma banda de rock com identidade, o primeiro passo, na verdade, foi escapar da influência rural que a pacata Umuarama sofria. Canal que hoje dá a maior força para o power trio, a MTV servia de apoio para os meninos roqueiros da cidade superarem a música sertaneja. Resolvida essa questão, o problema passou a ser a distância de onde estavam para onde queriam ir. A mudança para São Paulo foi uma decisão fácil para os músicos.
“A gente começou a viajar bastante e a logística era sempre um empecilho Tínhamos que ir para Maringá (PR), voar para São Paulo para daí chegar ao local onde íamos tocar. Fizemos os cálculos e vimos que compensava nos mudarmos. E, desde que viemos, demos vários passos importantes para a carreira da banda”, conta.
Participação na festa de aniversário da Rolling Stone, a abertura do show do Green Day e a indicação do clipe “Tempos de Maracujá” (do álbum “De Verdade”) para o Grammy Latino foram alguns dos passos até chegarem a “Sacode”, mais uma conquista suada. O disco é um lançamento do selo Oi Música, que promoveu o concurso Música Para Todo Mundo em 2012, com o objetivo de contratar quatro novos artistas para o seu elenco. A banda foi uma das ganhadoras na categoria voto popular:
“Gravamos ‘Sacode’ na Toca do Bandido, com produção do (Carlos Eduardo) Miranda e do Tomás Magno. O Miranda é um furacão de referências, ele trouxe nomes incríveis. Cada sugestão dele, levávamos para casa, escutávamos e absorvíamos. O Tomás é mestre na captação e na mixagem. Imagina a gente saindo de Umuarama, vivendo essas coisas todas e ainda gravando na Toca?”
Para Nevilton, o vocalista, as referências ajudaram a deixar o som das 12 faixas do novo disco da banda mais robusto e, ao mesmo tempo, mais cru. Ele, que vinha de uma escola que misturava o rock nacional dos anos 80 dos Titãs e dos Paralamas do Sucesso com o rock alternativo do Pixies e do Pavement, aprendeu a curtir Badfinger, músicos da Motown, Dr. Feelgood e The Doobie Brothers. Pois é, os músicos não cansam de estudar, de se dedicar e de correr atrás. Aliás, eles se orgulham de se manterem nesse ritmo.
“Cada passo foi suado e comemorado!”, exclama Nevilton.
Ah, vale ressaltar que, durante essa passagem pela Toca do Bandido, o trio conheceu Érika Martins e gravou “Garota Interrompida” para disco “Modinhas”, dela, que deve ser lançado ainda nesse primeiro semestre (leia mais).
O disco está disponível no site do Rdio e da Oi Música. Acesse também o site da banda.