Com ‘Umbilical’, Tiago Iorc segue conquistando o mundo… em inglês

Posted by Chris Fuscaldo Category: Trabalhos

Entrevistei Tiago Iorc quando ele lançou seu primeiro disco, “Let Yourself in”. Na época, eu era repórter de cultura do site do jornal O Globo e achei intrigante um menino desconhecido emplacar duas músicas em novelas cantando em inglês (leia aqui). O disco levou Tiago a diversos países do mundo, coisa que seu novo trabalho, “Umbilical”, também está fazendo. Desde então, muito outros nomes surgiram reforçando o time de brasileiros em trilhas sonoras internacionais. Iorc segue seguro cumprindo seu objetivo e espalhar suas mensagens pelo mundo: seu novo trabalho acaba de chegar a Portugal.

Iorc nasceu em Brasília, morou na Inglaterra dos dez meses aos cinco anos, alfabetizou-se no Brasil, se mudou para os Estados Unidos e trocou Curitiba pelo Rio de Janeiro em 2008, quando me contou que o inglês era algo natural. “O inglês foi minha primeira língua. Nos filmes de família, aparece minha mãe falando em português e eu respondendo em inglês ou misturando. E, primeiro, era aquele inglês britânico, carrancudo. Nos Estados Unidos, aprendi a escrever melhor”, disse, na época.

Depois de levar “Umbilical” a Coréia do Sul e saber que algumas de suas canções estão tocando em rádios do Japão, Tiago Iorc passou pelos Estados Unidos – no festival SXSW 2012 (South by Southwest), em Austin/EUA – e, agora, lança o disco em Portugal. O músico comemora duas canções em trilhas globais (“Story of a Man” em Malhação e “Gave me a Name” em A Vida da Gente) contando para a The Mark um pouco mais sobre sua trajetória e o novo trabalho.

Seu primeiro disco foi lançado em 2008. Por que demorou a gravar o segundo?

Desde 2009 eu vinha planejando lançar alguma coisa nova, mas o primeiro disco rendeu bons trabalhos até o final de 2010. Foi só depois disso que realmente parei para organizar o trabalho novo. Não tive pressa, e foi bom ter tido tempo para organizar minha vida e fazer tudo com cuidado.

Você comentou, na época do lançamento de “Let Yourself In”, que gravou tudo muito rapidinho para lançar o disco no embalo das canções que estavam em trilhas de novelas. Como foi o processo de produção de “Umbilical”?

A primeira etapa da produção desse disco começou no meu apartamento, em outubro de 2010. Foram cinco meses em que deixei fluir todo o tipo de ideia, sem restrições, e usei um gravador portátil para registrar tudo. Com o tempo, as melodias foram se encaixando e as letras foram surgindo. Desse experimento, reuni as composições mais coerentes e fiz uma demo que enviei para o pessoal da gravadora em fevereiro de 2011. Nesse momento, comecei a conversar com alguns possíveis produtores e acabei conhecendo o Andy Chase, produtor de Nova York que se interessou muito pelo trabalho e se ofereceu para vir ao Brasil para trabalharmos juntos. Antes da vinda dele, passamos uma semana fazendo a pré-produção pelo Skype. As gravações começaram no Rio de Janeiro, em maio, onde registramos as bases para as músicas com a banda. Logo em seguida, fui com o Andy para Nova York para gravar as vozes, mixar e masterizar o disco, que foi lançado em outubro do ano passado.

O que você acha que esse CD tem de diferente do primeiro?

Esse último trabalho está mais conciso. Talvez uma das principais diferenças esteja no som da minha voz, que aprendi a usar melhor. Outra coisa é a participação dos membros da banda, que foi fundamental. Muito do que se ouve no disco vem do entrosamento que desenvolvemos ao longo desses quatro anos tocando juntos.

Desta vez não deu nenhuma vontadezinha de experimentar compor em português?

Ainda não. Sinto que meu forte está em compor em inglês, mas não descarto a possibilidade de compor em português. Um dia, quem sabe.

Tem alguma música que está em novela?

“Story of a Man” em Malhação e “Gave me a Name” em A Vida da Gente.

O que você fez nos últimos quatro anos, desde o lançamento de “Let yourself in”?

Fiz bastante. Como comentei antes, o primeiro disco rendeu bons trabalhos. Toquei em boa parte do Brasil, abri o show do Jason Mraz no Rio e fizemos até uma turnê na Coreia do Sul, que foi linda. Agora em março estreamos a turnê do novo disco no Festival South by Southwest, em Austin.

Por que deu o nome ao CD de “Umbilical”?

“Umbilical” é uma das faixas do disco e foi a que desencadeou boa parte do processo. Nessa música existe uma faísca da reflexão que fiz sobre a minha real conexão com as coisas que me são importantes, e isso acabou ecoando no restante do trabalho.

Quais são os temas principais das músicas e o que te inspirou?

As músicas são bastante autobiográficas. A inspiração veio do meu cotidiano e da minha relação com as pessoas que fazem parte da minha vida.

Quais são seus planos e projetos em relação à música? Há planos e projetos fora dela também?

Minha relação com a música é cada vez mais inspiradora. É um caminho sem fim. Cada nova experimentação traz novas escolhas, novas possibilidades, e sinto que ainda tenho bastante a desenvolver e explorar. Por agora, vou me dedicar por completo à turnê do novo disco e dividir esse trabalho com as pessoas. Em maio, vou a Portugal para promover o lançamento do disco por lá. O único projeto fora da música, por enquanto, é cuidar da minha casa.

Onde você mora hoje?

Hoje moro em Curitiba.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Required fields are marked *.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>