O Teatro Mágico demora a começar, mas contagia seguidores na Fundição Progresso

Posted by Chris Fuscaldo Category: Shows e eventos

Quando o Teatro Mágico subiu ao palco da Fundição Progresso neste sábado (29/10), o público já estava cansado de esperar. Marcado para 22h, o evento começou com show de abertura da Banda Trupe, mas a  trupe de Fernando Anitelli só entrou no palco pouco depois de uma da manhã. Jovenzinhos fanáticos (chamemos de seguidores) já entoavam “começa”, em coro, e ensaiavam pressão através de palmas. Os mais velhos reclamavam da falta de respeito. “Show na Fundição Progresso é isso aí…”, dizia a jornalista que vos escreve aos parceiros nessa jornada. O estrangeiro mais brasileiro que esta mesma jornalista conhece tentava fazer piada, mas não disfarçava o cansaço por esperar em pé por toda aquela macacada que viria a seguir. Sua esposa, uma brasileira fã do grupo que da Holanda executa a ação sempre sugerida por Anitelli, de baixar as músicas de O Teatro Mágico no site da banda, estava prestes a dizer que assistir ao DVD no conforto do seu lar é melhor do que perder tanto tempo a espera do show. Mas eis que toca a primeira campainha de teatro. E, na sequência, a segunda. O grupo toma o palco e dá início a apresentação de “A Sociedade do Espetáculo”, novo show da banda, que é  independente há seis anos e já vendeu mais de 300 mil CDs e 120 mil DVDs.

Os fãs inquietos admiram a banda quando a música é nova, do disco “A Sociedade do Espetáculo”, e cantam junto quando é conhecida, dos álbuns “O Teatro Mágico: Entrada para Raros” e “O Segundo Ato”. Fazem coreografia com as mãos sincronizadas. Dançam, pulam, cantam e ovacionam números circenses, sem dúvida, a parte do show que não se compara a nada dentro da música brasileira. A impressão de que o circo já foi mais completo fica no ar. Por outro lado, a banda se mostra mais afiada a cada show e a qualidade dos atores-malabares é indiscutível.

Anitelli confessou sentir frio na barriga ao apresentar as novidades musicais e agradeceu pelo respeito da plateia. No meio do show, vestiu um boné do Movimento Sem Terra (MST), mas não deu dois minutos e ele já tirou o mesmo, alegando ter a cabeça grande demais para o tamanho do acessório. O gaitista Gabriel Grossi fez uma participação e o público cantou junto a música que Anitelli compôs com tuiteiros de plantão, “O que se perde enquanto os olhos piscam”.

“A Sociedade do Espetáculo” é um disco diferente, que traz Fernando Anitelli compondo em parceria com diversos nomes. Daniel Santiago, responsável pela produção e conhecido pelo seu trabalho ao lado do bandolinista Hamilton de Holanda, é um deles. Leoni, Danilo Souza, Nô Stopa, Galdino e seu irmão Gustavo, outros. De acordo com o texto de apresentação disponível no site, “o grupo tenta agora fazer um pop moderno, sofisticado e fundamentalmente brasileiro”, com O Teatro Mágico “bebendo em novas fontes, desde Milton e Clube da Esquina até a guarania gaúcha e Beatles”. No disco, além de Grossi, participam Alessandro Kramer (acordeon) e o saxofonista Jeff Coffin, da Dave Matthews Band.

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