O público foi aumentando a cada dia de Rock in Rio. E o segundo sábado do festival (01/10) estava abarrotado de gente dentro da Cidade do Rock e do lado de fora também. “Ingresso sobrando, eu compro”, diziam milhares de fãs do Coldplay e do Maroon 5 e cambistas-de-estoque-vazio. Flavinho comentava, no terminal rodoviário Alvorada, de onde saíam os ônibus para o RIR, que aquele e o seguinte seriam os dias mais complicados para ele, que normalmente compra pela internet ou de pessoas que desistem da saga e revende na porta do evento (no caso do festival, no Alvorada devido à rígida fiscalização na Cidade do Rock). Já perto do local do evento, ficaram pelo menos duas mil pessoas sentadas por toda a extensão da calçada, até a roleta de entrada. As filas estavam maiores para tudo, desde a entrada no ônibus até as dos brinquedos do festival (montanha-russa, tirolesa e roda gigante). A noite do rock tranquilinho tirou muita gente de casa.
A surpresa brasileira da noite foi o Skank, que tocou depois de Frejat e levantou a plateia de forma a emocionar até mesmo Samuel Rosa. O vocalista sacou uma câmera e filmou a plateia, lembrando que essa era a primeira vez da banda mineira no festival. Em 2001, o Skank aderiu ao protesto liderado por O Rappa, que teve seu show remanejado por causa de uma atração estrangeira. Raimundos, Cidade Negra e outros grupos também boicotaram o Rock in Rio, cancelando seus shows.
O Coldplay apresentou músicas do disco que lança no fim de outubro, “Mylo xyloto”, e relembrou o hit “Yellow”. O vocalista Chris Martin falou português e desenhou um coração no lugar da letra “o” do “Rio” que desenhou no cenário. Os mexicanos do Maná levaram rock latino ao Palco Mundo e a banda Maroon 5 tocou, entre outras, “Moves Like Jagger”, “Harder to Breathe”, “Sunday Morning”, “Misery”, “Makes Me Wonder” e “She Will Be Loved”.
O palco Sunset chamou a atenção neste dia do festival. Primeiro foi a banda cearense Cidadão Instigado com a do Rio Grande do Sul Júpiter Maçã, que misturaram rocks nordestino e gaúcho. Tiê e Jorge Drexler mostraram hits de suas carreiras, como “Todo se Transforma”, do uruguaio, e “Perto e Distante”, da brasileira. Antes do deixarem o palco, brincaram de “Você Não Vale Nada”, eternizadas pelas banda Aviões do Forró e Calcinha Preta. Zeca Baleiro encontrou-se com Concha Buika. O clímax ficou com Erasmo Carlos e Arnaldo Antunes, que tocaram separadamente e juntos sucessos da Jovem Guarda, músicas do disco novo do Tremendão, “Sexo”, e da carreira do ex-Titãs, que, diga-se de passagem, levou uma banda da pesada ao Rock in Rio.
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