Domenico Lancellotti lança ‘Cine privê’: ‘Gosto de escutar música para cinema’

Posted by Chris Fuscaldo Category: Entrevistas

Domenico Lancellotti acaba de lançar pela gravadora Coqueiro Verde seu disco de estreia, intitulado “Cine Privê”. Leia a entrevista que o músico deu ao GarotaFM:

GarotaFM: Por que essa ideia de fazer um disco inspirado no cinema?

Domenico Lancellotti: Antes de tocar bateria, eu já pintava. Vim seguindo essas duas profissões até onde deu. Acabei escolhendo a música muito por causa da convivência com os músicos, depois, com os compromissos de turnês e gravações, acabei parando com a pintura. Mas a visualidade continua. Está presente também no meu primeiro disco. Gosto de escutar música para cinema, gosto da música que foi pensada para dar suporte para alguma imagem ou cena. Nesses casos a música atua diretamente no sistema nervoso.

GFM: Por que chamá-lo “Cine Privê”?

DL: O cinema é também a vida de cada um. O processo longo que foi a concepção deste disco está inserido na minha vida de forma contundente, pelo menos nos últimos 3 anos.

GFM: Fale das participações neste disco.

DL: Todas as pessoas que estão no disco estão envolvidas no processo criativo, trabalho com uma dinâmica de banda. Fora os músicos e os técnicos, chamei Adriana Calcanhotto para cantar o refrão de uma música que praticamente fizemos no estúdio. Eu tinha só a letra e as ideias que foram transformadas e gravadas ao vivo dentro do estúdio, na base do improviso. Adriana é minha amiga e parceira de longa data. No caso do Jorge Mautner, venho tocando na banda dele também, sou um grande admirador de sua poesia e filosofia e do jeito que ela se confundem. Mario Caldato Jr. mixou o disco e dei a ele o voto de confiança, pois não tiha como ir acompanhar a mix em L.A. Mas gosto muito do SOM americano, Mario gosta de explorar as ambiências, grandes salas, máquinas antigas, uma sencibilidade incrível para a música orgânica, tocada ao vivo, como antigamente. O duo de Chicago Onfilmore eu conheci dividindo o mesmo palco no festival de percussão (PERCPAN), a partir daí ficamos amigos, admiro muito a musicalidade, e as paisagens sonoras que eles constroem. Money Mark é um músico fantástico que conheci através do Mario CJ, tocamos juntos uma vez com +2 em turnê pelos EEUA. As outras participações são pessoas que estão perto, sempre, tocando e fazendo música.

GFM: ‘Pedra e areia’ foi composta a cinco mãos. Como é fazer uma música com tanta gente?

DL: Ih, acho que já expliquei na resposta anterior! Levei esse texto pro estudio e queria que as palavras ficassem por cima dos tambores do condomblé, tinha também uma ideia melodica para o refrão. Mas a música só aconteceu quando gravamos, todos juntos, não tem sobreposições (algumas de voz), foi tudo tocado e criado na hora.

GFM: Por que a inclusão de uma música em italiano? Volta às raízes? Você fala a língua?

DL: Gosto da canção italiana, gosto muito da sonoridade das gravações italianas das décadas de 50, 60, 70. A partir dos 80 a coisa desandou! Também considero o cinema italiano como um dos melhores do mundo. Alberto Cotinentino me passou essa melodia, que para mim parecia um classico italiano. Falo italiano mas tive que pedir ajuda para alguns amigos de Palermo para finalizar a letra. Ajuda dos universitários!

GFM: Conte sobre a parceria com Jorge Mautner e sua história com o artista.

DL: Sou discípulo do mestre! Ele atendeu meu pedido carinhosamente!

GFM: O release fala sobre “Sua beleza” flertar com “blaxpoitation”. Pode explicar?

DL: Isso é uma interpretação do Romulo Fróes, na verdade é uma música de baterista com um trombonista, ou seja, não tem harmonia, me inspirei na faixa “Come le Radio” de Brigith Fonttaine.

GFM: Onde e quando surgiu sua admiração por Hugo Carvana?

DL: Grande figura que representa o cinema brasileiro, o malandro carioca com senso de humor, coisa que infelizmente foi substituida pelo Pitbull-playboy sem senso de humor, agressivo, estúpido.

GFM: O que significa lençar um disco solo depois de tanto tempo envolvido em projetos?

DL: Precisava lançar esse disco, tenho uma energia criativa muito grande, se não boto para fora, as pessoas que estão perto sofrem.

GFM: Como está o +2? Planos?

DL: Terminamos a banda, o que não significa nada, tudo continua do mesmo jeito, ou quase.

Visite o hotsite de Domenico Lancellotti e ouça as músicas

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