Produtor do GBOB, Filipe Gomes raspou a poupança para trazer o festival britânico ao Brasil. Final, sexta, terá Nação Zumbi

Posted by Chris Fuscaldo Category: Trabalhos

Matéria publicada no site da revista Megazine (O Globo) em 18/11/2010 (leia aqui)

Filipe Gomes, produtor do festival GBOB / Divulgação Luisa Mello

Filipe Gomes, produtor do festival GBOB / Divulgação Luisa Mello

RIO – Alguns podem chamar Filipe Martins Gomes de maluco. Outros, de sonhador. Produtor do The Global Battle of The Bands, esse pernambucano que investiu toda sua grana e energia no festival britânico – que tem sua final nesta sexta-feira (19/11), com bandas participantes e Nação Zumbi, no Circo Voador – prefere o segundo adjetivo. Nesta primeira edição brasileira do GBOB (leia Gibob com sotaque britânico), como é conhecido em 30 países, Filipe apostou tudo o que juntou durante seis anos trabalhando em Londres. Ele não lucrou em cifras, mas plantou uma semente que acredita que vai germinar a partir do ano que vem.

– A cabeça já está em 2011, mas espero conseguir parceiros na próxima. Apostei tudo nesse festival. Paguei os direitos para poder usar o nome, produzi, trabalhei o ano todo por ele e raspei minha poupança. Gastei todos os centavos que tinha. Mas isso porque acreditei muito! Não me iludi, porque sei que é uma proposta diferente e que tenho que trabalhar essa imagem para criar credibilidade para as próximas edições – diz Filipe.

Ao todo foram 120 bandas inscritas, que disputaram etapas entre setembro e outubro em 14 shows, realizados em quatro cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Porto Alegre. Além de participar da final internacional na Malásia, a banda vencedora da final brasileira concorre a uma premiação de US$ 100 mil. Esses dólares serão destinados à produção de uma turnê com dez shows pelo Reino Unido e uma semana de gravação em um estúdio de Londres. Fora isso, US$ 10 mil serão dados em dinheiro aos integrantes.

– A chave do festival é essa inversão. A ideia é pegar uma banda de garagem que tem talento e dar projeção internacional a ela. O mais gratificante foi ver que consegui ajudar de alguma forma as bandas que fazem parte dessa cena carente de espaço pra tocar, de espaço na mídia, de oportunidade mesmo. E todo mundo que participou veio me dizer que ficou muito satisfeito, mesmo os que não ganharam – comenta o produtor.

Filipe conheceu o GBOB através de um funcionário da Sony Music da Polônia, que, convidado a ser jurado de uma edição londrina e impressionado com a iniciativa, chamou o pernambucano para conhecer o festival. Jornalista de formação, ele havia se mudado para a capital da Inglaterra em 2003 para tentar um mestrado. Só que, envolvido com música desde seu tempo de estagiário em Recife, acabou envolvido em trabalhos nos festivais Glastonbury e Reading. Para se envolver com o GBOB foi um pulo.

– Glastonbury é um festival para 250 mil pessoas, com quinze palcos, e o Reading é bem menor, com perfil mais rock. Comecei trabalhando no bar, vendendo cerveja, e fui parar no backstage. Serviu para eu aprender muito, fazer pesquisa – lembra Filipe, que em Recife tinha trabalhado para o mais famoso festival de Pernambuco. – Em 2001, eu e um amigo fizemos assessoria de imprensa do Abril Pro Rock e acabamos envolvidos também na produção. Foi quando comecei a trabalhar com música.

E sonhar. Sonhando junto com Filipe, as bandas Kiara Rocks (SP), Monolito (RJ), Dr. Robert (RS) e The River Raid (PE) tentarão um lugar ao sol nesta sexta, às 22h, na Lapa. A banda pernambucana Nação Zumbi encerra a noite com o repertório do disco “Fome de Tudo” e sucessos como “Quando a maré encher”, “Blunt of Judah”, “Da lama ao caos”, dentre outros. A entrada custa R$ 50 (com meia-entrada).

Quer ficar sempre informado do que está rolando no blog? Siga o GarotaFM no Twitter: http://twitter.com/GarotaFM

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Required fields are marked *.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>