Fazia tempo que não tinha ânimo para escrever sobre um show. Mas o do Green Day, realizado no HSBC Arena na última sexta-feira (13/10/10), estimulou-me. Aqui estou eu para dizer que não, “21st Century” definitivamente não é um show de (punk) rock. Se alguém um dia pensou em montar um musical na Broadway usando como trilha sonora as músicas do Green Day – e isso aconteceu, com “American idiot” em cartaz – provavelmente foi porque assistiu à banda em cena. E acho que a montagem foi perda de energia, afinal, o musical está exatamente naquele palco onde Billie Joe Armstrong e sua trupe protagonizam um verdadeiro espetáculo.
Antes do show, um coelhinho muito do tosco entra no palco e incentiva a plateia a cantar “YMCA” com ele. Na sequência, os músicos aparecem sob um estouro e uma explosão de fogos. Os estouros seguem por todo o show, assim como as explosões. Um perigo brincar com isso no Rio de Janeiro… No banheiro, uma fã, vermelha e suando em bicas, dizia que estava na grade, mas não aguentou a temperatura. Imagine os músicos…
Só muito gás para aguentar três horas cantando, falando com a garganta (naquela linha vilão de desenho animado), correndo de um lado para o outro do palco e lidando com os fãs chamados para atuar também no musical. Magrinho, com bracinhos mais curtos que seu tórax e aparentando estar no formol, Billie Joe aguentou firme. Ensinou dois fãs a dar mosh, beijou na boca a terceira, tocou “Square” para o outro cantar e tocou rodeado por mais uns dez. Loucura, loucura, loucura!
Excessivos os elogios ao Brasil, onde ele não pisava há 12 anos. Diga-se de passagem que o show que o Green Day fez em 1998, no então Metropolitan (ou já era ATL Hall? Não sei…), foi realmente um show de punk rock. Mas, talvez para sobreviver à selva da indústria da música, essa turma agora esteja trabalhando outras artes no palco. Entre um música e outra, uma “palhaçada” de alguns minutos. Sim, por muitas vezes, os músicos pareciam palhaços de circo (principalmente quando se fantasiaram). Teve o momento água na plateia; teve o momento Billie-Joe-atirador-de-papel-higiênico (na plateia); teve o momento Billie-Joe-atirador-de-camisetas-promocionais, também na plateia.
Voltando ao papo sobre Brasil… A bandeira era uma canga. Lembrei de quando estive em Cuba e um cubano disse que seria um crime enrolar a bandeira de seu país na cintura, como uma brasileira estava fazendo. Imagine se isso valesse no Brasil? Billie Joe estava preso. Ele não só enrolou a canga, como pendurou, amarrou um fã e depois jogou na plateia. No palco, ele dizi que a partir de agora era brasileiro e pagava taxas no país. Coitado… mal sabe ele que o rock aqui… ainda mais cheio de fogo no palco… O vocalista contou ainda que, em todos os países por onde passa, ele vê uma bandeira do Brasil na plateia. Isso foi legal!
Não entendi também para que tantos “eô, eô”. Teve até uma “hola” sonora (ôôôôôôô…). Em alguns momentos, me senti no Maracanã. Só faltou alguém gritar “Mengo!” Foi por pouco…
No quesito “música”, os fãs das antigas (como eu) curtiram os momentos de clássicos como “When I come around”, “Basket case” e “She”. Mas esse papo de parar entre uma música e outra… Foram legais também os medleys de clássicos do AC/DC, Led Zeppelin, The Doors, Rolling Stone e Beatles. Mas eu ainda posso dizer que adoro musicais em geral. Então, a conclusão é: eu adoraria ter visto esse show de TRÊS HORAS sentada em um teatro.
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Na minha adolescência adorava green day. Ainda bem que eu não vi um show como esse, acho que iria me decepcionar profundamente 🙂 Beijos.
Sempre fico com medo de vir aqui no seu blog porque sei que vou me morder de inveja! rs
Bjs