Matéria publicada no jornal O Globo, na Megazine e no site , em 12/10/2010 (leia aqui)
RIO – Quando os discos “Legião Urbana”, “Nós vamos invadir sua praia” e “Revoluções por minuto” chegaram às lojas e alçaram Legião Urbana, Ultraje a Rigor e RPM ao topo, em 1985, Lucas Gibson, Felipe Rosenvald e Gabriela Andrea nem eram nascidos. Vinte e cinco anos depois, os conselheiros da Megazine tiveram seu primeiro contato com esses LPs, na loja Baratos da Ribeiro. Além de fazer análise sobre o conteúdo, eles surpreenderam ao contar suas experiências com a bolacha de vinil.
– Ué, tem música nos dois lados? – perguntou Felipe, de 17 anos, chocado ao descobrir que LP tem lado A e lado B e “agarra” quando suas faixas são arranhadas. – O som do computador é melhor porque não trava.
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Vocalista do Ultraje a Rigor, Roger Moreira lembra que “Nós vamos invadir sua praia”, reeditado em vinil lançado pela gravadora Deckdisc, apenas confirmou o sucesso que a banda já vinha fazendo:
– Estouramos com “Rebelde sem causa”, lado B de nosso segundo compacto. O LP fortaleceu uma tendência e foi o máximo. De repente, estavam falando em Ultrajemania.
Lucas também nunca havia visto toca-discos (para matéria a vitrola foi cedida pelo Salvatore Café) e conhecia alguns hits da Legião, que este mês terá sua obra relançada em vinil e CDs em edição especial pela EMI.
– O som parece arcaico, mas soa mais natural do que as músicas feitas hoje em dia, cheias de tecnologia para melhorar o som e a voz. Na vitrola, achei que fosse pior. É uma experiência diferente. Nunca vi a agulha rodando no disco – comentou o conselheiro, de 18 anos.
Lucas identificou o tom crítico nas letras de Renato Russo. Na época, todas as músicas do LP fizeram sucesso.
– Lançamos depois do Rock in Rio de 1985. O sistema estava mais propício à proposta do disco, meio pós-punk, rascante, direto e sem metáforas. O disco foi acontecendo e nos surpreendendo – conta Dado Villa-Lobos, guitarrista da Legião.
“Revoluções por minuto” fez da RPM uma das bandas de destaque do movimento BRock, nos anos 80. Inovando ao levar luzes ao palco e sintetizadores aos discos, o grupo virou referência de uma época.
– A gente trabalhava demais – diz Paulo Ricardo, o vocalista, tentando ser modesto. – Sou suspeito para falar do RPM.
Gabriela, que escuta Beatles e Police na vitrola de casa, achou o som do RPM estranho, mas identificou o carisma do vocalista.
– Ele tem uma voz sedutora. Deve ter sido o Fiuk da época – compara a conselheira, que destacou a capa como algo legal no disco. – É legal por ser grande. O problema é arranjar espaço para guardar o disco…
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