Leo Morel lança livro sobre o impacto da inovação tecnológica na música: ‘Muita gente chorou e virou saudosista’

Posted by Chris Fuscaldo Category: Trabalhos

Matéria publicada no siteda Megazine (O Globo) em 01/09/2010

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RIO – Até o surgimento do disco de vinil, a única forma possível de se ouvir música era se aproximando daquele que sabia ler partitura e tinha um instrumento. Com a bolacha transformando faixas em bem de consumo, a sociedade passou a enxergar a música de outra forma. Processo semelhante aconteceu quando apareceu o mp3 e, com ele, as trocas de informação pela web. Muito já se falou sobre isso, mas pouco se ouviu dos músicos, ou melhor, daqueles que realmente (sobre)vivem desse comércio. São pontos de vista desses “operário” que Leo Morel colocou em “Música e Tecnologia”, sua dissertação de conclusão do curso de pós-graduação que acaba de ser lançado como livro pela editora Azougue.

– O livro fala sobre o impacto da inovação tecnológica e as mudanças na maneira de se produzir, distribuir e consumir música. Esse universo virou de cabeça pra baixo, e muita gente sentou, chorou e virou saudosista. Procurei ouvir gente que trabalha, que procurou se adaptar, para saber quais estratégias essas pessoas estão usando para sobreviver – conta.

Durante os estudos para a dissertação, a busca de Leo foi por diferentes pontos de vista. Para isso, entrevistou pessoas que atuam em nichos específicos. Ele foi de Forfun, banda que ganhou força após divulgar sua música na rede, a Geraldo Azevedo, artista que começou sua carreira na época dos discos de vinil. Uma das maiores surpresas foi descobrir que o pernambucano foi dono do primeiro estúdio a ter tecnologia digital da América Latina, o Discovery.

01_mvg_morel21– Ele sempre esteve antenado. Também falei com Leoni que começou a tocar com o Kid Abelha nos anos oitenta e, hoje, comanda uma carreira solo de forma independente. Entrevistei Jay Vaquer, que ainda está tentando firmar seu nome no mercado. Quis ouvir também um instrumentista, porque esse é o artista que tira seu sustento dos shows que faz acompanhando grandes nomes. Falei com João Viana, baterista que trabalha com o pai, Djavan, e já tocou com Cássia Eller e Nando Reis. Também conversei com produtores e jornalistas, como Sérgio Cabral – diz.

Baterista e percussionista – que tem em seu currículo o trabalho com a banda Reverse e hoje acompanha diversos blocos de carnaval do Rio (Empolga às 9, Monobloco, Quizomba e Bloco Cru) – Morel concluiu que não tem como prever o futuro. Para o integrante da banda Unidade Imaginária, uma das cinco indicadas ao prêmio Aposta MTV do VMB 2010, o lado bom é que tudo ficou mais acessível:

– Acabou aquele mundo que a gente conhecia, de discos, gravadoras, lojas de discos e rádios. E ele não volta mais. Percebi também uma quebra do controle do processo produtivo. Se antigamente as gravadoras tinham controle desse processo, agora é o próprio artista que toca sua carreira. Tudo ficou mais possível graças à inovação tecnológica.

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