Rodrigo Faour reúne sensualidade e safadeza no álbum duplo ‘Sexo MPB’

Posted by Chris Fuscaldo Category: Entrevistas Tag:

faour1Mestre em dissertar sobre a presença do sexo nas composições brasileiras, o jornalista Rodrigo Faour acaba de compilar em dois CDs músicas sensuais e safadinhas. Lançado pela EMI, o álbum duplo viaja da primeira década do século XX até os dias de hoje, passando por Doris Monteiro (“Graças a Deus”), Elis Regina (“Dois Pra Lá, Dois Pra Cá”), Ney Matogrosso (“Por Que A Gente é Assim?”), Jair Rodrigues (“Não Bota no Meu”) e até Gretchen (“Melô do Piripipi”) . Os brindes estão nos bônus: o disco “Músicas Safadinhas” traz a locuções de Faour e as canções “Rua Pau Ferro”e “Boceta de Rapé”, ambas de domínio público.  

Leia entrevista com Rodrigo Faour:

GarotaFM: O que significa para você o lançamento deste CD?

Rodrigo Faour: Uma realização profissional. Não é qualquer um que consegue fazer um livro sobre história da MPB numa grande editora, a Record, chegar à terceira edição, ganhar um programa de rádio numa importante emissora carioca, a MPB FM, um outro de TV no prestigioso Canal Brasil e ainda ter o aval de uma gravadora importante como a EMI Music de querer fazer um CD duplo em cima desta ideia. Estou muito contente. Meu ofício é árduo. Tudo na minha área dá muito trabalho. São muitas autorizações e muita dor-de-cabeça pra conseguir botar um produto bonito na praça. Este CD não foi diferente, mas felizmente todos os projetos saíram como eu queria, o CD inclusive.

GFM: Qual critério usou para selecionar essas músicas?

RF: As faixas mais representativas do repertório da EMI Music e algumas outras consegui de outras gravadoras que não poderiam ficar de fora, como os clássicos “Dois Pra Lá Dois Pra Cá” (com Elis Regina) e “O Meu Amor” (com Bethânia e Alcione). A ideia do CD foi reunir clássicos e faixas menos óbvias em dois temas, o CD 1, Canções sensuais e o CD 2, Músicas safadinhas – que são os dois lados da mesma moeda, a nossa música quente brasileira. No primeiro, as mais envolventes com pitada erótica e o segundo mais escrachadas, para dançar, com um apelo ainda maior.

GFM: Você pesquisou muito sobre sexo na MPB para escrever o livro. Mas parece que continua pesquisando para o programa da rádio e para os discos que lança. O assunto não se esgota e a pesquisa nunca acaba?

RF: Como boa cronista de costumes, a música brasileira retrata tudo o que está à nossa volta, seja na política, na economia e também no aspecto comportamental e afetivo do brasileiro. Sendo assim, o tema não se esgota nunca. E em cada formato posso me aprofundar nele de uma maneira diferente: no livro, no rádio, na TV e no CD. Cada um tem sua mídia favorita. Então atendo a todos os gostos.

GFM: Como é fazer e como está a repercussão do programa da rádio?

RF: Excelente. Recebo muitas mensagens no meu site (clique aqui)  , no meu twiter (clique aqui), no meu Orkut e no Facebook . Às vezes, até nas ruas também. As pessoas curtem muito. Meu maior objetivo com esta série em todos esses formatos é atrair a atenção do público jovem para a MPB, que infelizmente não pegou a fase áurea da nossa música, então tem referências apenas da parte mais pop contemporânea.

GFM: Tirando os falecidos, você já esteve com todos esses músicos que estão compilados no CD? Alguma história que eles tenham contado bacana para repassar ao GarotaFM?

RF: Já estive com quase todos. Ney Matogrosso, Angela Ro Ro, Fátima Guedes e João Roberto Kelly me contaram histórias saborosíssimas em todos os formatos. Participaram dos quatro formatos. Ney conta como fazia questão de chocar com sua postura extravagante numa época que a sexualidade era mais reprimida que hoje e que o homossexual era considerado uma figura menor que deveria ser espezinhado e sacaneado. Ro Ro me contou histórias hilárias de suas músicas, muitas confessionais, baseadas em fatos reais, como a recente “Dorme, Sonha”, que fez para uma namorada vendo-a dormir, na sua presença. Fátima Guedes defendeu amores mais livres, sem a prisão da monogamia em inúmeras músicas, como “Condenados”, “Dois amores” e “Namorado”, e João Roberto Kelly me contou, por exemplo, que fez “Dança do Bole Bole” (que era inédita em CD e aparece pela primeira vez no meu disco) para que as mulatas de seu programa “Rio dá samba”, da TV Bandeirantes, nos anos 70, pudessem evoluir melhor na passarela.

GFM: Alguma história sua que tenha a ver com o tema Sexo na MPB?

RF: Várias, todas impublicáveis! (Risos) Só posso dizer que já testei o CD1 das Canções Sensuais “naquelas horas” e funcionou maravilhosamente bem!!! E já tive amigos que também já o testaram com grande êxito! (Risos)

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