Rock, drogas e sexo: uma semana para refletir

Posted by Chris Fuscaldo Category: Garota FM

teatro

Domingo, fiquei cara a cara (a mais ou menos uns cinco metros) com Roberto Carlos. Ele estava em seu barco, o Lady Laura, e eu no de uma amiga de infância, ancorado bem próximo ao dele. Passeando pelo deck, avistamos o Rei. E ele estava ali, de blusa azul, apoiado na porta usando um braço – o outro estava na cintura. Uma imagem familiar, um sorriso simpático. Havia acabado de se despedir dos convidados que recebeu naquela tarde ensolarada. Paramos ali, de frente para ele, eu e minha amiga de infância, mas não conseguimos dizer nada. Mesmo depois de cinco anos participando das tradicionais entrevistas coletivas com o Rei, não consegui não ficar meio nervosa. Queria cumprimentar, mas precisava de cinco minutos para relaxar e, em seguida, tomar atitude. Não deu tempo: sua secretária o enxotou para dentro do barco. Ele ainda hesitou, olhando e tentando entender o que aquelas duas moças faziam ali encarando Sua Majestade. Mas logo voltou ao seu conforto, longe de qualquer ameaça.

Terça-feira, fui parar no banco. Dia 5… dia de pagamento… aquela fila! Mal abri o número 4 da revista Movie, que traz a foto de divulgação do filme “Lula – O Filho do Brasil”, e a menina atrás de mim falou: “Nossa, seu piercing é de estrelinha!” O dela era uma pedrinha. Embalamos um papo sobre brincos, tatuagens, namoro, família, faculdade, trabalho e… ufa! Depois de 30 minutos tentando aproveitar aquele tempo que dá raiva de perder, achamos o assunto que tomaria conta da segunda meia hora que passamos juntas dando passos de formiga até o caixa. Ela trabalha no consultório de um psiquiatra que cuida de dependentes químicos. Papo vai, papo vem, disse que tem até artista frequentando lá. E confirmou: aquele menino lindo que estourou com uma música e anos depois apareceu com dreads, dizendo que foi para uma clínica de reabilitação para cuidar de uma dor de barriga, estava (ou está) mesmo viciado. Pior: ele fugiu da clínica. Pegou as coisas e foi embora, dizendo que não precisava mais daquilo ali.

A entrevista com esse cantor saiu no jornal Extra em novembro, se não me engano. Fiquei super triste antes de ler, quando escutei falar sobre o estado dele. Achei meio absurdo uma pessoa que tem muito tempo para tentar refazer sua vida achar que vai resolver seus problemas se metendo “brabamente” com drogas. Mas, depois de reler, achei até meio cômica a maneira como ele mesmo estava lidando com o assunto. E, claro, vi amigos transformarem aquilo em piada: “Tô com prisão de ventre, acho que vou cheirar um pouquinho”, falou um, certo dia. Nossa… Espero que antes que vire homem (fala sério, ele ainda é um menino!), esse ex-projeto-de-popstar saia dessa. Principalmente se ele não quiser virar piada, tipo aquela do “Rafael Pilha”. Olha aí o (bom) exemplo (por enquanto) de Fábio Assunção…

Aliás, acompanhando a minissérie “Dalva e Herivelto – Uma Canção de Amor”, também esta semana, parei  para pensar sobre as mulheres que amam demais. Essas mesmo, que hoje até têm um espaço para buscar ajuda (MADA – Mulheres Que Amam Demais, uma espécie de A.A. para as obsessivas). Eu tinha o hábito de chamá-las de “mulheres burras”. Mas, refletindo sobre personagens da ficção e da vida real que andei conhecendo ultimamente, mudei de ideia. Mais do que apaixonadas, elas são dependentes, como algumas são do álcool e outras, das drogas. Só que é uma dependência psicológica. É uma doença, que deve ser tratada como a depressão. Morro de pena cada vez que Dalva de Oliveira (Adriana Esteves) sai no tapa com Herivelto Martins (Fábio Assunção). Traindo a mulher sem parar, ele é o errado da história, mas é ela quem pede desculpas.

Enfim, uma semana para refletir…

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