Trechos de uma conversa com Kledir, que faz show com Kleiton nesta quinta-feira

Posted by Chris Fuscaldo Category: Trabalhos

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Quando Kleiton e Kledir lançaram o CD/DVD “Autorretrato”, fiz uma entrevista com Kledir para a revista Rolling Stone, que acabou não sendo usada. Achei que tinha caducado, mas, quando soube que haveria show dos irmãos gaúchos nesta quinta-feira, no Canecão, voltei ao bate papo e percebi que poderia reciclá-lo. Coloco aqui, então, trechos da conversa.

Sobre o hiato sem discos de inéditas:
Este é o primeiro disco só de inéditas desde 1986. Ficamos quase dez anos deparados e, quando voltamos, fizemos vários discos misturando músicas que já tínhamos com as novas. Nunca era tudo novo.

Sobre coletâneas, releituras etc:
Quando a gente voltou, nossa idéia era fazer coisa nova, mas o mercado estava ruim. O ambiente do showbusiness vivia uma outra coisa. A gente se deparou com a Universal lançando coletâneas, uma atrás da outra. E o público comprando, porque estão ali os sucessos do artista. Na seqüência daquilo, vieram os DVDs, com shows ao vivo de artistas fazendo releituras. Isso era o que estávamos vivendo. Aí, vieram os acústicos, que também era o artista relendo sua obra. Agora que todos os artistas já releram, achamos que era hora de tomar outro rumo.

Sobre como fechar o repertório de um disco:
Tínhamos setenta músicas inéditas. Uma briga! Eu faço uma lista, Kleiton faz a dele. Paul Ralphes, nosso produtor, também participou. Aí, tem o funil, que é doloroso. É como escolher um filho. Mas aí vai surgindo o conceito do trabalho e a gente acaba escolhendo as músicas que se encaixam nesse conceito.

Sobre o disco “Autorretrato”:
Acho que este disco tem um frescor. Perguntam como a gente se mantém tão cheio de energia e eu digo que é o fato de trabalhar com criação. É renovador.

Sobre como era e como é o mundo:
O mundo era mais curto, o mundo era até a esquina. Minha filha tem amigos na Coréia e ela fala o dia inteiro como se ele estivesse no Leblon. Viajar tá mais barato. A gente fazia uma música e, se ela chegasse aos amigos, já era demais. Quando tocou em Porto Alegre pela primeira vez, nossa! Lembro de ouvir dirigindo.

Sobre as diversas mídias:
Brinco que é mentira que tenha feito disco em 78 rotações. Mas gravamos LP, K-7, compacto… passamos pela mudança de AM para FM, no final dos anos 70. Com a chegada das FMs, nossos discos foram bem recebidos, porque sempre tivemos uma preocupação técnica de fazer um disco bem gravado. Depois, chegou o CD. Agora, o CD acabou. Passamos para o DVD. Falta do objeto, não sinto tanto. Música está além disso. A gurizada agora só quer internet, iPOD. Música é etéreo. Eu e Kleiton estamos sempre olhando pra frente.

Sobre as ferramentas de divulgação na internet:
Nosso site foi um dos primeiros sites de artista no Brasil. Um amigo que entende de internet fez no início dos anos 90. Nesse novo site, tivemos a preocupação de estarmos fornecendo material de qualidade. Eu gosto dessa coisa da circulação. Não acredito que atrapalhe as vendas. O que a gente pode fazer, a gente faz. Oferecemos vídeos com boa qualidade…

Temos Myspace, Twitter, Orkut, tudo oficial! Estamos finalizando o blog.

No meu blog, vou colocar minhas atividades literárias, vídeos, crônicas… Fiz um programa no Canal Brasil, no qual eu contava crônicas. A gente quer compartilhar. E tem a ver com o conceito do trabalho.

Sobre o título “Autorretrato”:
O conceito parte do autoretrato e é uma conversa e dois amigos. Tem alinhamento do pensamento via internet. As pessoas estão se relacionando na internet. Criam perfis. A gente troca muito e-mail. Fazemos reuniões no Skype. Branca está em Copacabana. Eu, na Joatinga. Kleiton, em São Conrado. Vou perder uma hora pra ir lá? Uso o Skype.

Sobre a música “Pelotas”:
Temos uma relação de amor com o lugar onde nascemos. Nossa mãe mora em Pelotas. A vida fica marcada pra sempre. Nunca tinha feito uma homenagem escancarada, mas abrimos o coração. Temos sido tratados de maneira carinhosa na cidade. Lancei um livro, “Pai invisível” e, quando fui lá, dei autógrafo por quatro horas. Isso se traduziu na música e ela já está virando um hino.

Sobre a música “Eva”:
Me dei conta de que nunca fizemos uma música com nome de mulher. Vamos fazer uma homenagem começando pela principal? Listei as namoradas do Kleiton… ele diz que é mentira… (risos) Falei: ‘vamos falar de várias’. Gosto desse exercício. São variações em cima dessa ideia de nomes de mulheres. Não satisfeito com a letra com nomes de mulheres, escrevi a mesma letra com nomes de homens. É a mesma música, só que com letras diferentes. É o mesmo jogo de rima. Rimas e aliterações.

Sobre a música “Adão”:
Ia ficar chato eu e Kleiton cantando nomes de homens… Aí, chamamos as meninas do grupo Chicas, que são maravilhosas.

Sobre ação social:
Estamos doando participação das vendas do CD e do DVD ao Retiro dos Artistas. Sistema globo entrou na historia. E nós estamos fazendo doação.

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Kleiton e Kledir no show “Autorretrato”: Qui (08/10), às 21h, no Canecão (Avenida Venceslau Brás, 215, Botafogo). Ingressos: R$ 50 a R$ 100.

Assista ao clipe de “Autorretrato”:

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