Da cena indie nova-iorquina para a TV brasileira, Beirut chega ao Brasil pela EMI

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Quando sentei para assistir ao primeiro capítulo de “Capitu”, microssérie exibida pela TV Globo em dezembro de 2008, não imaginei que em menos de dez minutos conheceria uma das bandas mais legais que conheci nos últimos tempos. O tema da abertura me deixou completamente extasiada. Mas de quem era aquela voz grave e tão melodiosa? De onde vinha aquele violão doce e o trompete cheio de presença? Eu não fazia ideia. E, paralisada com aquela sensação de descoberta, não consegui fazer nada além de assistir ao primeiro capítulo (não sei dizer se o “muito” do “gostei” é por causa da música ou da série mesmo).

Quase cinco meses após a exibição de “Capitu”, a gravadora EMI traz para o Brasil o Beirut e a sua “Elephant Gun” encantada. Batizada com este nome das Arábias, a banda integra a cena indie de Nova York e a música faz parte do E.P. “Lon Gisland”, apesar de, para os brasileiros, ela estar chegando no CD “Gulag Orkestar”. Bom, vou explicar. Foi assim que soube tudo…

No dia seguinte ao primeiro capítulo de “Capitu”, consegui descobrir o MySpace do Beirut, mas nada em site nenhum explicava alguma coisa sobre a banda. Tanto que passei algum tempo achando que ela podia estar lá pela Irlanda, já que as músicas disponibilizadas no site de relacionamento tinham muitos elementos e provável influência do país britânico. Pouco depois, soube que a banda era de Nova York, cidade para qual eu iria três semanas depois. Pirei. Lá, rodei diversas lojas e acabei encontrando o Beirut na Virgin Megastore, só que na última prateleira (quase no chão), no setor “Indie”. O vendedor perguntou se eu queria o CD ou o EP. Nem pestanejei: “Os dois”. E voltei para o Brasil feliz da vida.

“Elephant Gun” está no E.P. “Lon Gisland” com mais quatro músicas (todas valem a pena). “Gulag Orkestar” não tem nenhuma música em novela, mas também é um ótimo disco (acho que fiquei fã mesmo). Para ter graça, a EMI juntou os dois produtos em um só e, quem levar o disco, ganha de bônus aquele que provavelmente um dia foi a demo que a banda usou para divulgar seu trabalho. Vale reforçar que, nos Estados Unidos, os dois foram lançados pelo Ba Da Bing! Records.

Entrevistando a banda carioca Manacá há menos de um mês, não consegui me conter: perguntei a Letícia Persiles, vocalista e protagonista da microssérie, quem havia descoberto “uma banda tão underground”. Teria sido o próprio Luiz Fernando Carvalho, o diretor? Foi César. Ou melhor, Luiz César Pintoni, guitarrista do Manacá. Aí vai a história dele com o Beirut:

“Foi uma amiga que morou fora que me mostrou. Fiquei surtado quando ouvi. O Luiz já estava conversando comigo sobre músicas e bandas. Ele queria sacar mais ou menos as nossas influências. Aí mandei o Beirut para ele por e-mail. Ele gostou e, além de começar a colocar nos ensaios, resolveu que seria o tema. Agora eles são da EMI, parceiros nossos (o Manacá lança CD pela EMI ainda este semestre).”

Assista ao clipe de “Elephant Gun”, no Youtube:

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