Além de shows magníficos, Mimo Rio teve Fórum de Ideias com reflexões musicais

Posted by Chris Fuscaldo Category: Trabalhos Tag: ,

Depois de arrasar na edição “feminista” realizada em Paraty, O Mimo Festival trouxe ao Rio de Janeiro diversos nomes da música mundial no último fim de semana. Fiquei tocada especialmente pela apresentação de Aline Paes na sexta-feira (10/11), no palco montado na Marina da Glória. A cantora carioca misturou canções brasileiras com portuguesas e africanas. Com a participação de Julia Vargas, o show foi pura energia. Assim foi também o que o angolano Paulo Flores levou ao mesmo espaço, no domingo (12/11).

Atrações como Francisco, El Hombre, Konono № 1, Ondatrópica, Relógio de Dalí, Manel Cruz, Vieux Farka Touré, Emicida com Rael e Capicua, Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra, Russo Passapusso e Criolo também agitaram a Marina da Glória.

Didier Lockwood, 3MA, Benjamim Taubkin com Simone Sou e Guilherme Kastrup e Laura Perrudin ocuparam espaços sagrados e também apresentaram belos concertos na Igreja da Candelária, na Igreja Nossa Senhora do Bonsucesso e na Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro.

Os filmes do Festival Mimo de Cinema foram muito bem escolhidos e me apeguei com força a três dos que consegui assistir: Torquato Neto – Todas as Horas do Fim, um documentário sobre a morte do poeta e letrista piauiense; Sotaque Elétrico, sobre a presença da guitarra na música brasileira; e Fevereiros, que mostra Maria Bethânia se dividindo entre a homenagem que recebeu da Estação Primeira de Mangueira no Carnaval de 2016, no Rio de Janeiro, e a festa de Nossa Senhora da Purificação, que ocorre em sua cidade natal, Santo Amaro da Purificação (BA).

Veja álbum de fotos do Fórum de Ideias

Minha participação foi mais do que especial. Fiquei responsável pela mediação das falas de quatro grandes representantes da música do mundo no Fórum de Ideias, realizado entre sexta e domingo, sempre às 15h, no Museu da República. Aprendi muito e saí renovada, esperando que a edição do festival de Olinda, que acontece na semana seguinte, seja tão boa quanto a da cidade onde moro.

Na estreia, sexta-feira (10/11), Benjamim Taubkin conversou comigo sobre o caminho que decidiu seguir quando optou pela carreira musical. Pianista, arranjador e compositor, ele começou a tocar aos 18 anos, inspirado por tudo o que ouvia. Ele já rodou o mundo, encontrou a música de diversos países e descobriu que o que lhe interessa é misturar-se a outras culturas. Com isso, já colaborou com instrumentistas do Marrocos, Índia, Israel, Espanha… Desde 1997 à frente da gravadora e produtora Centro Cultural Núcleo Contemporâneo, de São Paulo, Benjamim foi ao Mimo para falar sobre Desafios, transformações e conflitos do músico na atualidade. As fotos são de divulgação.

No sábado (11/11), estive no Museu da República com um cantor, compositor e músico angolano que, radicado em Lisboa, começou a tocar kizomba e, na década de 1990 resolveu resgatar o semba. Com o gênero musical típico de seu país, Paulo Flores influenciou diversos músicos da sua geração e das seguintes. Mestre em misturar sons, ele falou sobre Semba, matriz de vários ritmos. As fotos são de Rogério Von Krueger.

No Fórum de Ideias de domingo (12/11), recebi dois representantes da música de Portugal: Manel Cruz e Capicua falaram sobre A aventura solitária das palavras e rimas. Manel Cruz apareceu na cena musical quando esteve à frente da banda de rock Ornatos Violeta, que existiu entre 1991 e 2002. Depois de passar por outros projetos (Pluto, Foge Foge Bandido e SuperNada), agora ele se apresenta em carreira solo. Capicua é o nome artístico de Ana Matos Fernandes, uma licenciada em Sociologia e doutora em Geografia Humana que deixou a carreira acadêmica para se lançar no mundo como rapper. Ambos são do Porto e vivem o mundo das palavras, das rimas e do canto. As fotos são de divulgação.

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