Carla Gomes lança ‘O Tempo Sou Eu’ produzido por Liminha

Posted by Chris Fuscaldo Category: Trabalhos Tag: ,

Carla Gomes por Athos Souza

O Brasil é o país das cantoras e Carla Gomes se destaca por sua brasilidade. Nascida em Belo Horizonte e formada nos bares e casas de shows da capital de Minas Gerais, essa moça de voz que conquista tem a ginga e o suingue no sangue, o samba e o pop no pé e, na cabeça, a tranquilidade de quem sabe o que faz, aquela que o verdadeiro filho da pátria amada deve ter. Compositora de belas canções, intérprete com personalidade de músicas que não foram hits (mas agora prometem ser) e violonista (autodidata) de mão cheia, a artista mineira está lançando o seu primeiro CD, O Tempo Sou Eu. Com produção de Liminha, um dos responsáveis pelo sucesso de muitas feras do nosso país, o álbum é 100% brasileiro.

“Conheci o músico Liminha pelo trabalho dele com Os Mutantes. Já o Liminha produtor, descobri ainda muito nova, desde que passei a escutar Marina Lima, Fernanda Abreu, Gilberto Gil e Titãs. Sempre o admirei e curti os trabalhos feitos por ele. Eu sempre dizia: ‘Ainda vou ter um disco produzido por esse cara!’ Quando combinamos que eu ia gravar no estúdio dele, o Nas Nuvens, o coração veio na mão. Pra mim, tem sido a maior satisfação trabalhar pela primeira vez com um produtor que é um dos mais reconhecidos do país”, conta Carla.

O CD O Tempo Sou Eu começa com uma releitura do pop mineiro. A primeira faixa do disco é Baixada News, uma composição de Samuel Rosa e Chico Amaral gravada pelo Skank em seu primeiro disco e que já fazia parte do repertório da cantora. Para compor essa atmosfera, Carla e Liminha convidaram ninguém menos que os músicos do Cidade Negra (Toni Garrido, Lazão e Bino Farias). Em Sem Cais, composição de Caetano Veloso em parceria com Pedro Sá, Carla Gomes abusa do suingue e do soul, conquistando um excelente resultado. Não era pra menos. Além da doce, mas potente voz de Carla e de seu violão, a faixa conta com o auxílio luxuoso de Fernando Vidal nas guitarras, Stephan San Juan na bateria, Marcos Suzano na percussão, Rodrigo Tavares nos teclados, além de Liminha tocando baixo, violão, guitarra e percussão (programação MPC).

A paixão pela música brasileira despertou na época em que Carla Gomes começou a cantar e a tocar violão, aos 12 anos. Primeiro, na Capela de São Pedro, na comunidade da Vila Ventosa, onde morava. Depois, com a ajuda das revistas de cifras, aprendeu seus primeiros acordes de Legião Urbana. Em 1997, conheceu aquele que seria seu primeiro parceiro: Bercy. Com ele, vieram as primeiras experiências tocando na noite. Clube da Esquina, Pato Fu, Marisa Monte, Chico Buarque, João Bosco, Tom Jobim e João Gilberto permearam o repertório da artista, que, depois, conseguiu espaço em projetos culturais e teatros para mostrar seu talento, inclusive no samba.

“O samba é uma constância no meu dia-dia, sempre presente na minha vida pessoal, mas não era o foco do meu trabalho. Em 2011, dei uma atenção especial a esse estilo, que é pra mim muito querido. Eu sempre gostei da diversidade da música brasileira. Naquele ano, no Rio de Janeiro, ganhei o prêmio no Festival Carioca da Gema voltado para novos talentos do samba e, junto, vieram outros trabalhos, entre eles a minha primeira atuação no musical ‘Zumbi’, de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, dirigido por João das Neves. Quando fomos ao Rio para a temporada da peça na cidade, em 2012, eu e Liminha mergulhamos nas gravações”, lembra Carla.

Toda essa experiência serviu para Carla virar uma voz a serviço da música do nosso país. Patrocinado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, o disco é uma prova disso. Só Eu e Mais Ninguém é um pop suingado inédito de Vinícius Cantuária e merece atenção: “Igual navegar amar é preciso”, canta Carla. A releitura de Se Você, de Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra, virou um ijexá diferente. Dengo, Cafuné Chamego é um sambalanço assinado por Pretinho da Serrinha, Rogê e Gabriel Moura, trio responsável por vários hits radiofônicos. A gravação contou com a participação de Serginho Trombone4 Horizontes é um samba composto por Pedro Luís e Lenine que ganhou  interpretação intimista na voz de Carla Gomes e no pandeiro de Marcos Suzano.

O bloco de composições de Carla Gomes não é maior do que o de releituras, mas é tão potente quanto. Tanto nas canções que assina sozinha quanto nas parcerias que fez com Liminha durante o processo de gravação, há personalidade e unidade. A primeira que aparece no disco, O Tempo Sou Eu, dá nome a esse trabalho porque explica tudo. “A pele negra marrom chocolate / Vento afoito me rouba o telhado / Coração forte de sangue vermelho / Abro a porta pro tempo que chega”, canta Carla, abrindo portas e janelas para a realização desse projeto que tanto sonhou.

“Foi muito construtivo trabalhar com Liminha. Quando mostrei minhas músicas, ele deu toques maravilhosos, que me ajudaram a ter um olhar diferenciado sobre a minha forma de compor, descobrindo novos caminhos e, assim, abrindo um espaço especial para a chegada de O Tempo Sou Eu, que veio rápido, tanto a letra quanto a música. E eu já pensava em fazer um álbum que falasse do meu tempo. O Tempo Sou Eu descreve de forma muito singela tudo o que eu vivi durante todo o processo do disco”, diz.

Carla se mostra bastante também em Com Calma: “Sempre com calma vou viver assim bem de mansinho”, entoa a moça tímida que vem conquistando seu espaço bem devagarzinho, quietinha como uma boa mineira faz. Tenho Você é promessa de hit em qualquer rádio de música brasileira: parceria com Liminha, a canção começa com “Laraiá” e “Ieraiê” que hipnotizam e levam o ouvinte a se deliciar mais ainda com a belíssima letra da dupla. Também de Carla Gomes e Liminha, Saber Melhor Quem é Você é uma música pronta para o sucesso.

“Comecei a escrever não faz tanto tempo, por isso tenho poucas composições. É um processo lento… acho que ainda estou me descobrindo. Sempre compus sozinha, mas de uns tempos pra cá senti necessidade de trazer parceiros pra escrever comigo. Foi uma honra começar a compor logo com Liminha”, comemora. A mensagem final está na penúltima canção do disco e a última de Carla Gomes do repertório. “Acredite nos teus olhos que miram”, diz a letra de Acredite.

Como uma boa filha da terra adorada, Carla Gomes mirou e acertou em cheio! O Tempo Sou Eu tem tudo para colocar a artista no posto de revelação da música brasileira.

* Release produzido por encomenda da produção da artista.

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