DeadFish e Ratos de Porão: show de rock de terceiro mundo

Posted by Camila Claro Category: Colaborações

A Grande Roubada é formada por uma equipe que organiza eventos de rock underground no Rio de Janeiro desde 2009. Mas, se era mesmo uma “grande roubada” ou não, só quem esteve no Circo Voador neste sábado (02/08)  poderá dizer. Em comemoração aos cinco anos de AGR, o evento contou com as apresentações das bandas Test, DeadFish e Ratos de Porão. Grindcore, hardcore e punk rock esquentaram o que viria a ser apenas uma noite fresca e agradável na tradicional Lapa carioca.

Quem chegou por volta das 22h, horário programado para o início do evento, não imaginava que em alguns minutos a dupla da Test poderia fazer tanto barulho (death/grind). O baterista Barata e o guitarrista João Kombi agitaram o começo da festa. Músicas como Quase Capetão e Direção/Desastre, tocadas no show, também fazem parte do compacto gravado da banda. O álbum novo é o passaporte para a turnê de 18 shows nos Estados Unidos.

DeadFish no Circo VoadorE, por falar em EUA, quem está dominando o inglês é o DeadFish, mas não pelo nome da banda. Conhece a expressão “crowdfunding”? Trata-se de um método de financiamento coletivo no qual a banda de origem capixaba acaba de bater recorde no Brasil: foram arrecadados R$ 215 mil de cerca de 2.600 apoiadores em apenas um mês e meio! Com o incentivo financeiro do fiel público desde 1991, o DF irá gravar seu novo álbum.

Melhor do que isso, só as recompensas que seus fãs contribuintes podem ganhar – dependendo da quantia doada, vale até um par de entradas gratuitas para os shows no país durante um ano! A banda, que conta com o vocalista Rodrigo, o guitarrista Rick, baixista Alyande o baterista Marcos, presentou seus fãs com duas canções inéditas do futuro álbum, ambas ainda sem nomes oficiais.

Test no Circo VoadorAlém destas, tocaram os hinos Zero e Um, Queda Livre e A Urgência. Um show com cara de rock de terceiro mundo: a plateia teve total liberdade para subir ao palco, cantar com seus ídolos e se jogar quantas vezes quisesse. Era tanta energia que, quando o DJ Wagner Fester tocava Misfits, Bad Religion e Dead Kennedys durante os intervalos, a galera dançava muito animada. Uma grande roubada era ficar parado! Principalmente quando chegasse a hora dos Ratos de Porão.

Ratos de Porão no Circo VoadorEnquanto o relógio marcava 1h30 da madrugada, João Gordo e seus companheiros (Jão, desta vez na guitarra, Boka na bateria e Juninho no baixo) anunciavam o novo álbum, Século Sinistro, outro disco que narra a história politica econômica do Brasil. Stress Pós-Traumático, Viciado Digital e Conflito Violento falam um pouco sobre como anda a vida dos brasileiros. E como o cenário era favorável a diversas críticas ao governo e às diferenças sociais no país. Gordo defendeu as mulheres que subiam no palco (algumas hostilizadas pela própria plateia) e os gordinhos.

Mas quando o assunto foi a Copa do Mundo, a banda apresentou Grande Bosta, hit do novo disco que critica “quem chorou quando o Brasil perdeu de 7×1”. Além das canções novas, RDP também agradou seus fãs tocando clássicos de seus mais de trinta anos de carreira, como Anarkophobia. Uma noite que, para quem não curte assuntos como política e problemas sociais, o melhor era ficar de fora.

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