Chay Suede lança disco nota 10 depois de aprender em Ídolos e Rebelde

Posted by Chris Fuscaldo Category: Trabalhos

Release confeccionado a pedido da gravadora Universal Music para divulgação do artista

Chay Suede estava super empolgado com os estudos dos movimentos musicais brasileiros que começara durante o pré-vestibular e com os planos de cursar a graduação em Cinema quando o pai o convenceu a se inscrever no Ídolos. Esse não era o sonho do cantor do Espírito Santo, que em 2010 era guitarrista e baixista de uma banda de rock progressivo e estava começando a aplicar os novos conhecimentos em suas composições. Mas a vivência no programa da Record e a conquista do quarto lugar foram uma verdadeira escola para ele. O trabalho como ator na novela Rebelde e a mudança de Vitória para o Rio de Janeiro e, depois, para São Paulo também lhe ensinaram muito. Todo esse aprendizado pode ser conferido em “Chay”, álbum de estreia do artista, lançado pela Universal Music.

“Eu estava fazendo algo alternativo na cena de Vitória e aprendendo muito sobre Tropicália, bossa nova e Jovem Guarda, porque isso cai no vestibular. Estudar a cultura pop abriu muito minha cabeça e me fez gostar da ideia de participar do programa. Pra mim, a parte ruim tanto lá quanto na novela era não poder cantar minhas composições. Mas foi questão de tempo, porque agora estou realizando meu sonho”, diz Chay.

Com 10 faixas, “Chay” apresenta um músico amadurecido pelas experiências e pra lá de capaz de compilar influências diversas em suas composições e arranjos. Já na primeira faixa, o pop rock “Grita Sem Ter Medo”, Chay mostra seu potencial como cantor, compositor e violonista. As parcerias com seu maior incentivador, o pai, um romântico de carteirinha, mostram um lado mais sensível do artista. Roobertchay Rocha é fã de Fábio Jr. e compôs com o filho “Ainda Que Você me Esqueça”, uma canção de amor não tão óbvia, que Roobertchay Domingues da Rocha Filho apresentou em sua estreia como músico solo, no festival No Capricho (2012). Com um toque jovemguardista aprendido por Chay na escola, “Muito Quente” também leva a assinatura da dupla.

“Meu pai nunca viveu de música, mas sempre compôs coisas lindas. Eu sou mais indireto nas letras. E ele gosta de usar acordes que eu não uso, mas as parcerias sempre dão certo. ‘Ainda Que Você me Esqueça’ é mais Beatles ou Oasis e ‘Muito Quente’ surgiu dentro de um shopping que estava com o ar condicionado quebrado. Juntos, acabamos imaginando uma situação em que um adolescente precisa se controlar porque o romance com a garota está pegando fogo. Virou um iê iê iê”, conta Chay.

Essa linha rock meio pop permeia o disco quase todo e é resultado do que Chay Suede absorveu em 21 anos, mesmo antes de adotar o pseudônimo artístico homenageando o personagem de Brad Pitt no filme “Johnny Suede” (1991). Não por acaso, quem co-produziu o álbum de estreia do músico e ator foi Paul Raplphes, responsável por grandes produções do mercado pop rock. O primeiro single é “Papel”, uma canção que poderia estar no filme “The Wonders”, mas foi composta primeiramente como um baião. Com violão de aço, a música virou um folk rock. “Na época da banda, tocávamos rock progressivo, mas fomos inserindo pitadas de samba, frevo, baião”, comenta.

Parece difícil acreditar que Chay tinha pouca experiência como compositor quando entrou para a quinta temporada do reality show. Na banda Itatiaia Dreams, relutava em compor em inglês, língua que os amigos priorizavam, e chegou a escrever algumas músicas em português. Dessa época, Chay trouxe para o novo disco “Vez do Avesso”, segundo ele, um rock influenciado pela Tropicália, pelos Novos Baianos, pelos escritos de Oswald de Andrade e pelas histórias do Modernismo brasileiro: “Escrevi essa música na época em que percebi o que queria ser quando crescer. A vida estava boa e eu fui viajando nas palavras, que saíam naturalmente a partir do que eu estava sentindo”.

Do período em que estava na mansão do Ídolos, ele trouxe para o álbum “Chay” duas composições inspiradas em uma companheira de confinamento. As canções ganharam um tratamento especial durante a produção do álbum: “Eu me apaixonei e ela me rejeitou, mas acabou me olhando depois que fiz as músicas. Quando Paul Ralphes cogitou usarmos acordeom em ‘Mais Perto’, eu curti muito e acabei usando em outras músicas também. É um instrumento carregado de emoção! Já ‘Essa Canção (Os Dias Passam)’ foi composta no ukelelê, instrumento que eu tinha ganhado na época e acabei levando para a mansão porque não tinha violão”.

Dos tempos em que adotou o nome Tomás Campos Sales Penedo e morou no Rio de Janeiro – isso aconteceu entre 2011 e 2012, quando ele deu vida ao protagonista da versão brasileira de Rebelde, o fenômeno mexicano -, Chay Suede trouxe a canção “Verso Acelerado”. Nada a ver com o disco que gravou junto aos colegas de elenco, contendo a trilha sonora da novela: a inspiração foi uma gata que conheceu nessa época. O country rock também conta com o acordeom e fala sobre a história que viveu na Cidade Maravilhosa. Essa é uma das músicas influenciadas por nomes como Bob Dylan e Buffalo Springfield. Na gravação da outra, “Canto da Sereia”, Chay chegou a repetir uma mania que Johnny Cash tinha, de colocar uma nota de um dólar entre as cordas para substituir a bateria pela batida seca. “Ele fazia isso na época em que, nos programas de rádios, a bateria soava muito agressiva”, conta, mostrando sua bagagem.

Produzida por Luan Murilho (responsável também por “Ainda Que Você me Esqueça”), a faixa “Brega” é uma deliciosa mistura de pop e de rock com a guitarrada e o carimbó típicos do tecnobrega paraense. Revoltado com uma menina meio popstar que, assediada numa balada, não estava dando a menor bola pra ele, Chay respondeu a um pedido com essa canção. “Ela falou que eu escrevia música para todo mundo e não tinha feito uma pra ela. Escrevi um brega bem brega mesmo. Eu e Luan gravamos de uma vez só, improvisando, e ficou assim. Nossos amigos piraram, mas acho que ela não curtiu. Eu, depois do ‘Brega’, perdi todo o pudor em termos de composição.”

As gaitas foram gravadas no disco por Chay, assim como o banjo de “Verso Acelerado”, a guitarra de “Mais Perto” e “Voz do Avesso” e a percussão de “Muito Quente”. Acumulando troféus e indicações no Prêmio Extra de TV (Ator Revelação), Meus Prêmios Nick (indicado na categoria Gato do Ano em 2011 e em 2012), Capricho Awards (foi indicado na categoria Melhor Ator Nacional e ganhou o de Colírio Nacional em 2011 e o de Cantor Nacional em 2012), Prêmio Contigo (indicado como Revelação da TV), Chay ainda não conseguiu alcançar o 3º grau escolar, mas tirou 10 na prova final, que pode ser revisada em “Chay”.

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