Caetano Veloso e as cores de ‘Zii e Zie’

Posted by Chris Fuscaldo Category: Trabalhos Tag:

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O show de lançamento de “Zii e Zie”, novo disco de Caetano Veloso, é marcado pelas cores. Assinada por Maneco Quinderé (o papa da luz no Brasil), a iluminação deu o tom ao espetáculo apresentado pelo músico neste sábado, no Canecão. A cor azul, a amarela, a vermelha, a laranja, a branca… refletidas na asa delta montada no fundo do palco, todas elas tiveram sua importância e marcaram momentos mágicos da noite de Caê. Alternando canções de “Zii e Zie” com clássicos, como “Maria Bethânia”, “Irene” e “Objeto Não Identificado”, o repertório foi muito bem escolhido, fazendo com que parecesse um show breve, apesar de suas quase duas horas. E cada música tinha sua ilustração, nas cores e – em alguns momentos – nas projeções. Destaque para “A Base de Guantánamo”, tocada com imagens de Cuba sendo exibidas ao fundo.

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Acompanhado pela banda Cê – Pedro Dias (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo e teclado) e Marcelo Callado (bateria) – Caetano foi econômico nas palavras, simpático nos movimentos, moderno nas interpretações e solidário no bis: a plateia vibrou com “Força Estranha” (na qual ele gritou “Viva Roberto Carlos”) e  “Três Travestis”, apresentada primeiramente no show da temporada “Obra em Progresso” que aconteceu na semana em que o Fenômeno Ronaldo foi flagrado com um travesti.

Caetano ofereceu  “Maria Bethânia” a Augusto Boal: “Eu compus esta música no exílio como pedido de socorro à minha irmãzinha. Quero pedir licença a ela para dedicar a apresentação desta música à memória de Augusto Boal. Ele foi o primeiro diretor a trabalhar com Bethânia. Quando fui para a Bahia, ele ficou cuidando dela.” E dançou soltinho durante “Eu Sou Neguinha”.

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Valeu a pena ter testado o repertório, a atuação e tudo que envolveu a produção de “Zii e Zie”, tanto no blog que atualizou (com a ajuda do antropólogo Hermano Vianna) quanto durante os shows da temporada “Obra em Progresso”, apresentada em 2008 no Vivo Rio. O show é muito melhor do que o apresentado na época do lançamento de “Cê” – deste disco, aliás, ele trouxe apenas “Odeio”. Mais conciso e, ao mesmo tempo, mais rico. A sintonia com os músicos, vê-se que está maior. Percebe-se que houve um cuidado com o cenário, simples porém simbólico. E a luz… bom, não vamos voltar ao início, né?

Leia a crítica de João Pimentel no site do jornal O Globo e assista ao vídeo com entrevista da Caetano Veloso

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